26 de Abril de 2024 • 03:20
Polícia
Os 563 presos que escaparam eram de uma ala de maior periculosidade, sendo que parte deles integra ou é simpatizante do PCC
Recapturado por policiais civis na segunda próximo à Plataforma de Pesca, João Germano Pinto cumpre pena por homicídio / Reprodução
Uma ação que mobiliza policiais militares e civis, além de guardas municipais, recapturou até a conclusão desta edição 201 detentos fugitivos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Mongaguá, que registrou fuga em massa de 563 detentos na segunda-feira (16) e teve sete funcionários reféns.
Conforme apurou o Diário do Litoral junto a uma fonte que atua na segurança pública, os fugitivos eram de uma ala do CPP de maior periculosidade, sendo que parte deles ou integra ou é simpatizante do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Duas fontes, também da segurança pública, ouvidas pela Reportagem na segunda afirmam que um dos motivos da rebelião, que não é isolada, já que houve outros motins em unidades do Estado, pode ser o descontentamento da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) com a rigidez do regime federal em que estão lideranças, incluindo o chefe máximo, Marcos Camacho, o Marcola, preso na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).
Recentemente, segundo as fontes, houve um "salve" (ordem) da facção para que presos se recusem a ir a audiências judiciais, o que chegou a ser constatado em casos na Região. Somaria-se a isso o descontentamento dos presos de semiaberto com a decisão judicial que suspendeu a próxima saída temporária por risco de contágio por coronavírus e eventual transmissão a outros detentos no retorno.
Os presos que escaparam, no final da tarde de segunda, deixaram a unidade pela porta da frente e pelas laterais, no momento da contagem, e utilizaram o sistema conhecido como "cavalo doido", rendendo funcionários.
Dos 201 recapturados, cerca de metade, segundo informações de policiais, teria dito após a recaptura que não pretendia fugir e foi coagida pelos presos ligados ao PCC a também escapar.
Até o início da noite de ontem, a Polícia Civil ainda aguardava a direção do presídio para o registro detalhado do caso na Delegacia de Mongaguá. As circunstâncias em que os funcionários foram mantidos reféns e o teor da negociação ainda não tinham sido informados de forma oficial à polícia. Não há registro de feridos.
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