27 de Abril de 2024 • 16:21
O Santista
A banda comandada por Chorão conquistou o Brasil mesclando ritmos e entoando refrãos que se fixaram nas paredes da memória de todos aqueles nascidos entre 1997 e 2011
A banda é a grande homenageada do Projeto ‘Somos Todos Charlie Brown’, comandado pelo baterista Graveto e pelo guitarrista Marcão, integrantes da última formação do Charlie Brown Jr. / Paolo Perillo / O Santista
Na Santos onde a Concha Acústica era ocupada pelas bandas autorais, os amantes do rock lotavam a Metal Rock do seu Pepe – que ficava ali na Tolentino Filgueiras, bem antes dela ser conhecida como rua gastronômica - e o antigo Torto era considerado o berço da boa música, nasceu, em 1992, o Charlie Brown Jr.
A banda comandada por Chorão conquistou o Brasil mesclando ritmos e entoando refrãos que se fixaram nas paredes da memória de todos aqueles nascidos entre 1997 e 2011. Afinal, nosso ‘escritório é na praia’ e em ‘dias de luta, dias de glória’ ‘só os loucos sabem’ que ‘ela vai voltar’.
Atemporal, mesmo após o fim trágico – com a morte do vocalista Chorão – a banda é a grande homenageada do Projeto ‘Somos Todos Charlie Brown’, comandado pelo baterista Graveto e pelo guitarrista Marcão, integrantes da última formação do Charlie Brown Jr. e que retornam a Santos no próximo dia 16, fechando a programação do segundo Santos Rock Festival.
Mais do que amenizar a saudade, o objetivo é preservar a memória da banda, que levou cinco anos – e quase todas as economias dos integrantes – para conseguir gravar o primeiro CD. “Todo mundo se conhecia no cenário musical e um dia o Chorão me chamou para criar uma banda. Começamos ali, na casa dele. A bateria era o sofá e a própria entrada do Champignon na banda foi engraçada, porque um dia o baixista faltou e ele menininho, com 14 anos, estava no corredor do estúdio e a gente o chamou para tocar”, relembra Marcão, integrante da primeira formação.
Daqueles dias de ensaio na casa de Chorão até a gravação do primeiro disco, ‘Transpiração Contínua Prolongada’, foram muitas idas a São Paulo e investimentos em gravações 'demos' entregues a grandes produtoras. Nas palavras de Marcão, “Chorão vendeu a TV, Champignon vendeu o baixo e eu vendi as calças para pagar por essas gravações [risos]”.
Coube ao produtor musical Rick Bonadio - então presidente da Virgin Records no Brasil e produtor dos Mamonas Assassinas - e Tadeu Patolla a produção do primeiro álbum, lançado em 1997 e que vendeu mais de 500 mil cópias.
“A gente passou o Carnaval gravando e sempre dissemos que esses cinco anos de 'nãos' que recebemos foram essenciais para estruturar o som da banda”, conta Marcão.
Mais ou menos nessa época, um jovem santista que havia aprendido a tocar bateria aos 12 anos de idade também sonhava em ganhar a vida com a música. Fã da banda, Bruno Graveto não imaginava que dez anos depois integraria o grupo e gravaria os últimos discos do Charlie Brown.
“Entrei fazendo um teste em uma terça-feira. Como já era tarde, pediram para eu voltar na manhã seguinte, mas não me disseram que o teste do outro dia seria em um especial da MTV [risos]. Quando acabou a gravação o Chorão disse que eles já tinham cinco shows agendados até a outra terça- feira e perguntou se eu conseguiria tirar 22 músicas até a primeira apresentação, que seria em dois dias. Foi um teste de fogo e cheio de emoção”, relembra Graveto, acrescentando que uma das apresentações era na final da X Games, para um público de 40 mil pessoas.
“O Chorão me chamou de canto e disse: Cara, eu sonho em cantar neste festival há 27 anos e você está na banda há dois dias. Não me decepciona. Deu um frio na espinha mas felizmente deu tudo certo”, conta.
Dentre as melhores lembranças com a banda está a primeira apresentação com o quarteto original (com a volta de Marcão ao time, em 2011) no Rio de Janeiro.
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