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O Caminho do Lixo

IPT corre contra o tempo em busca de soluções

Órgão desenvolve estudo para encontrar opções para o lixo na Baixada Santista

Publicado em 19/06/2017 às 08:00

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Trabalho em Bertioga é tratado como plano piloto pelo IPT para a elaboração do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos / Rodrigo Montaldi/DL

Imaginem que o problema dos resíduos sólidos na Baixada Santista é uma bomba-relógio. O cronômetro está posicionado no aterro do Sítio das Neves, em Santos, e o tempo para a explosão, em contagem regressiva, está perto do fim. É neste cenário que o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) trabalha para encontrar soluções viáveis e sustentáveis para os resíduos na região.

O lixo de sete dos nove municípios da Baixada Santista tem como destino final o aterro. De acordo com a Companhia Ambiental Do Estado De São Paulo, (Cestesb), o aterro tem licença para funcionar até 2020. O prazo era mais apertado - junho de 2018, mas o Ministério Público Estadual (MPE) interviu e junto ao órgão e autorizou que uma área que já estava desativada voltasse a receber resíduos até a nova data.

Neste cenário, a Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem) contratou o IPT para a elaboração do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Baixada Santista (PRGIRS). O projeto tem um custo de R$ 700 mil e é financiado com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos, o (Fehidro). No entanto, apesar do Governo do Estado ter liberado a verba em janeiro de 2016, o contrato só foi firmado em outubro.

O prazo para conclusão dos estudos é de um ano. Por intermédio do Laboratório de Resíduos e Áreas Contaminadas, que integra o Centro de Tecnologias Geoambientais (CTGeo), o IPT realiza estudos na região para avaliar as especificidades do resíduo urbano e indicar propostas para solucionar os problemas de forma integrada entre os municípios da região.

O plano leva em conta os aspectos social, ambiental e econômico. Com isso, ele deve incluir soluções para arranjos municipais, mecanismos e instrumentos que visem à universalização da coleta seletiva, a logística reversa, o tratamento, reuso e reciclagem de material, o gerenciamento da destinação final, ações de inclusão social, além de alternativas técnicas e tecnológicas para mitigação dos impactos ambientais.

A pesquisadora Claudia Echevenguá Teixeira explicou como está o desenvolvimento do plano regional.

“A etapa 2, que trata do Panorama dos Resíduos na Região Metropolitana da Baixada Santista, será finalizada em julho, dentro do cronograma, com a realização das oficinas microrregionais para apresentar e discutir os dados levantados, e as audiências microrregionais previstas para o início de julho, quando os dados consolidados serão ­apresentados e avaliados pela sociedade de forma participativa. Em seguida será dado início à etapa 3 – Prognóstico, com previsão de 3 meses, quando serão estabelecidos critérios de agregação de municípios para a identificação de arranjos, áreas potencialmente favoráveis para o tratamento e a destinação ambientalmente adequada de resíduos sólidos, elaboração de cenário de referência, proposição de alternativas institucionais e tecnológicas para o tratamento e destinação final dos resíduos sólidos da Baixada Santista”.

Cláudia não adiantou possíveis caminhos para a solução dos resíduos sólidos na região, nem sobre a possibilidade da instalação de um incinerador na Baixada Santista. De acordo com a pesquisa, esses temas serão discutidos na próxima etapa do plano. A representante do IPT também garantiu que “os resultados serão apresentados e discutidos dentro do cronograma ­pré-estabelecido”.

Bertioga

O IPT já desenvolve um plano piloto na cidade de Bertioga desde dezembro de 2015. A proposta inclui a incorporação de tecnologia que possibilite o aproveitamento do material para geração de energia, minimizando o volume destinado à deposição final. De acordo com a pesquisadora, o trabalho tem auxiliado na elaboração do plano regional.

“Toda a estrutura laboratorial, ensaios e procedimentos desenvolvidos até o momento no projeto estão sendo utilizados para a elaboração do Plano Regional, como por exemplo, para conhecer a composição física e química dos resíduos domiciliares de todos os municípios ­paulistas”.

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