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Weintraub diz que notícia sobre inocupação em diretoria que cuida do Enem induz terror

A reportagem da Folha que Weintraub criticou mostra que o cargo, considerado um dos mais importantes do instituto, ficou mais tempo vago do que ocupado neste ano.

Folhapress

Publicado em 11/08/2019 às 11:15

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O ministro da Educação, Abraham Weintraub. / Rafael Carvalho/Divulgação Casa Civil

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, criticou neste sábado (10) reportagem da Folha mostrando que a diretoria de Avaliação da Educação Básica do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) passou quase cinco meses sem chefe neste ano, dizendo que ela "induz ao terror". 

Horas depois, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi mais ameno ao comentar o tema. "Às vezes é bom uma coisa sem comandante do que com um péssimo comandante", disse o presidente ao ser indagado pela Folha, quando chegava ao Alvorada, sobre eventuais prejuízos da vacância. 

"Não tô dizendo que é melhor assim, de vez em quando... pergunta pro Weintraub que ele te responde."
Em publicação no Twitter, o ministro da Educação não apontou equívocos na reportagem publicada neste sábado, mas chamou a Folha de 'jornaleco da família Frias'. 

"Nova capa do jornaleco da família Frias induzindo terror aos jovens que farão o Enem. Pedirão desculpas após Enem realizado?", diz o texto, embora a reportagem não trate de supostos riscos ao Enem.

O ministro também evocou um episódio de 2009, quando a prova do Enem foi roubada dentro da gráfica Plural, parceria do Grupo Folha com a Quad Graphics, embora a Justiça não tenha responsabilizado a Plural pelo ocorrido.

"Os Frias já tiveram uma 'cabulosa' gráfica envolvida na impressão de exames nos governos do PT. Mais uma coincidência envolvendo essa família de patriotas", afirmou.

Weintraub evocou o adjetivo usado por integrante da facção criminosa PCC para se referir a um suposto diálogo entre a organização e o PT quando este governava o país, conforme grampo da Polícia Federal divulgado na sexta (9).

Após o episódio do roubo do Enem, a gráfica RR Donnelley assumiu o exame e o imprimiu até março de 2018, quando anunciou falência.

No mês seguinte, o Tribunal de Contas da União (TCU) proibiu o governo de renovar o contrato continuamente, mas autorizou excepcionalmente a convocação da segunda colocada na licitação de 2016, a gráfica Valid, se "demonstrada a ausência de tempo para processar novo certame".

O Inep abriu mão da nova licitação e contratou a Valid sem enviar justificativa ao tribunal. Menos de um mês depois, em junho, o governo apresentou recurso para derrubar a decisão do TCU.

A concorrência de 2016, contudo, é alvo de processo instaurado pelo TCU após a gráfica Plural enviar denúncias à corte e à Polícia Federal sobre suposta atuação conjunta da Valid e da RR Donelly –profissionais responsáveis pela interlocução com o Inep na RR Donelly foram para a Valid.

Além disso, as duas eram as únicas empresas que cumpriam a exigência de comprovação de planta gráfica reserva na licitação do Enem. A cláusula levou à desclassificação da Plural, e o TCU concordou que a exigência do Inep restringiu a concorrência. 

Hoje, a mesma Valid detém dois contratos para imprimir todas as provas do Inep, no valor total de R$ 294,7 milhões.

Agora, com a Diretoria de Avaliação da Educação Básica sem titular, não há definição da empresa que vai fazer a aplicação do Saeb, avaliação federal da educação básica agendada para outubro e novembro. 

A reportagem da Folha que Weintraub criticou mostra que o cargo, considerado um dos mais importantes do instituto, ficou mais tempo vago do que ocupado neste ano.

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