28 de Março de 2024 • 07:37
Rodas-Gigantes instaladas em shoppings atraem 50 mil pessoas em São Paulo / Divulgação
Quem passa pelo quilômetro 72 da Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, não deixa de ver a colorida roda-gigante do Hopi Hari; já no Parque Marisa, localizado no bairro de Itaquera, na Capital, o brinquedo, voltado para toda a família, é um dos mais disputados. Entretanto, já faz algum tempo que as rodas-gigantes deixaram de ser coadjuvantes em parques de diversões e passaram a ser a atração principal, com direito a ingressos esgotados, filas gigantescas, preços altos e design repaginado.
Um exemplo desse cenário é o evento Grand Amour, que deveria ter iniciado no dia 15 de outubro, mas foi adiado devido ao mau tempo (uma nova data pode ser anunciada nesta semana). Com ingressos a R$ 650, o evento, que prometia um jantar em uma roda-gigante de 36 metros de altura com vista para a Ponte Estaiada, já estava com ingressos esgotados.
O mesmo sucesso foi experimentado por duas rodas-gigantes instaladas recentemente nos shoppings Morumbi e Anália Franco, ambos na Capital. “A aceitação foi acima de nossa expectativa. Em um curto período, cerca de 50 mil pessoas estiveram em nossas rodas-gigantes”, relata Rodger Augusto, CEO da Coney Island, detentora da marca Roda-gigante Brasil, e diretor da área de Parques Itinerantes da Adibra (Associação das Empresas de Parques de Diversão do Brasil).
Rodas-gigantes repaginadas
Ainda que os preços não fossem tão altos como o do evento Grand Amour, para andar em uma das rodas instaladas nos shoppings, a pessoa deveria pagar entre R$ 40 e R$ 270, mais uma taxa de R$ 15, caso quisesse levar o seu animal de estimação para dar uma voltinha.
O preço mais ‘salgado’ pode ser explicado pelo fato de que as rodas-gigantes de hoje estão bem diferentes da de antigamente, com gôndolas que contam com bancos estofados, por exemplo, e ainda oferecem mimos, como espumante e castanhas, para o frequentador.
“O conceito não mudou, o que mudou foram o conforto, a robustez, a acessibilidade, a tecnologia, a iluminação, a altura e a capacidade de cada gôndola. Antes, a altura máxima era de 12 m, e cada cabine comportava dois ocupantes; hoje, há cabines que comportam até 8 pessoas. Isso, claro, falando das rodas-gigantes do Brasil”, explica Augusto.
Inclusão
Na opinião do CEO da Coney Island, o sucesso revitalizado das rodas-gigantes passa pelo momento de reabertura da economia, passado o momento mais crítico gerado pela pandemia do novo coronavírus, mas também tem relação com o fato de as rodas serem inclusivas.
“O Brasil é um país muito carente de entretenimento e, agora, com a retomada da economia, nosso segmento, que sofreu muito durante a pandemia, passa a ganhar mais atenção e visibilidade. Além disso, a roda-gigante é um equipamento totalmente inclusivo, ou seja, permite que um cadeirante, um recém-nascido e até um pet participem da atração. Isso é algo muito importante para qualquer tipo de entretenimento. O sucesso da roda-gigante também deve-se à inclusão”, explica Augusto, que já está pronto para instalar três equipamentos na capital paulista nos próximos meses, um no Parque Villa-Lobos, outr no shopping Metrô Tatuapé e um terceiro em “um importante parque ecológico de São Paulo”, nas palavras dele.
Maior da América Latina
Na esteira do sucesso das rodas-gigantes no Brasil e no mundo, em outubro do ano passado, o Governo do Estado de São Paulo anunciou que a capital paulista ganharia sua própria roda-gigante, com 90 metros de altura, o que a colocaria como a maior da América Latina.
O projeto faz parte das ações de revitalização do entorno do Rio Pinheiros e o equipamento, cuja expectativa de funcionamento é para o primeiro semestre de 2022, deve ser instalado no parque Cândido Portinari.
A empresa SPBW foi a vencedora do Chamamento Público para instalar a roda-gigante, que tem projeto urbano de autoria de Levisky Arquitetos | Estratégia Urbana. Para explorar o serviço, ela deve pagar à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) R$ 141 mil mensais ou 10% do valor do faturamento bruto (prevalecendo o maior) e destinar parte dos ingressos à população de baixa renda.
A Gazeta procurou a Secretaria para saber do andamento da obra e foi informada que, até o momento, “as equipes trabalham na infraestrutura do terreno”.
A história das rodas-gigantes
A primeira roda-gigante surgiu em 1889, em Illinois, nos Estados Unidos. Construída por George Ferris, ela foi projetada para rivalizar com a Torre Eiffel na Exposição Universal daquele ano. Com 80,4 metros de altura, ela foi aberta ao público em 21 de junho de 1893. No Brasil, a primeira roda-gigante só foi vista em 1954, durante a comemoração dos 400 anos da cidade de São Paulo.
Com o passar dos anos, as rodas-gigantes passaram a ter status de ponto turístico e muitos atribuem tal fato à London Eye, de Londres, na Inglaterra. Fundada na passagem do ano de 1999 para o ano 2000, ela possui 135 metros de altura e 32 cabines com vista panorâmica.
Recentemente, o Brasil ganhou uma roda-gigante para chamar de sua. A Rio Star foi inaugurada em dezembro de 2019 e fica no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. A roda carioca tem 88 metros de altura e capacidade para receber 432 visitantes por vez.
Já a mais alta roda-gigante de observação do mundo foi inaugurada na última quinta-feira (21), em Dubai. Batizada de Ain Dubai, ela possui 250 metros de altura, 48 cabines e capacidade para transportar 1750 pessoas simultaneamente.
Cotidiano
SP vai instalar sirenes e radares em áreas de risco para prevenir desastres climáticos
Por conta das fortes chuvas, Itanhaém divulga números da Defesa Civil
Efeitos do temporal deixam duas crianças feridas na Baixada Santista
Cotidiano
O caso aconteceu na área de mata do bairro Quietude, próximo da Rua Amilca Esteves
Diário Mais
O Reservatório-Túnel Santa Tereza/Voturuá foi construído há 35 anos e abastece Santos e São Vicente. Veja fotos