Morre James Garner, aos 86 anos

O ator James Garner morreu no sábado (19) aos 86 anos, em casa. A causa da morte ainda não foi informada. O ator raramente era visto em público desde 2008 quando sofreu um AVC. O astro de clássicos como "Fugindo do Inferno" (1963) deixa um legado de 50 anos dedicados à arte de interpretar, com papéis antológicos em séries de TV e no cinema.

Um dos últimos trabalhos de James Garner foi em "Diário de uma Paixão" (2004), um filme romântico onde ele interpretou Noah Calhun, um homem apaixonado que devotou toda a sua vida ao amor incondicional pela esposa. O filme que tem Ryan Gosling interpretando Noah quando jovem, é uma adaptação do livro homônimo do escritor Nicholas Sparks.

Garner atuou em séries de sucesso como Maverick, de 1957 a 1960. O faroeste ganhou versão no cinema em 1994, com Mel Gibson no papel principal. Nesta versão, Garner interpretou  o personagem Zane Cooper.

Outro papel que marcou a carreira de James Garner foi o do detetive particular da série Arquivo Confidencial, que durou de 1974 a 1980. O sucesso da série rendeu ao ator cinco indicações ao Emmy. No ano de 1977, Garner ganhou o prêmio. No ano seguinte, o Emmy premiou a série na categoria melhor drama.

Charmoso e dotado de grande carisma, Garner foi um dos principais galãs do cinema de sua geração, fazendo par romântico com as mais belas atrizes em filmes como "Tempero do Amor" e "Eu, Ela e a Outra", ambos de 1963, ao lado de Doris Day;  em "Não Podes Comprar Meu Amor" (1964) e Victor ou Victoria (1982), Garner contracenou com Julie Andrews; com Sally Field, ele fez par em "O Romance de Murphy"(1985), papel que lhe rendeu uma indicação ao Oscar, a única  de sua carreira.

James Garner nasceu em Norman, Oklahoma, em 1928. O ator ficou orfão de mãe aos 4 anos de idade, tendo que morar com parentes junto com os seus dois irmãos. Aos 16 anos, ingressou na Academia de Marinha Mercante, que teve que abandonar por motivos de saúde. Depois, mudou-se com o pai para Los Angeles.

Após um curto período no colégio, ele começou a trabalhar como modelo em anúncio de trajes de banho. "Eu não estava interessado até saber que estavam pagando US$ 25 por hora", escreveu em sua autobiografia, "The Garner Files", lançada em 2011.
Garner ainda serviu o Exército e lutou durante 14 meses na Guerra da Coreia, recebendo duas condecorações. Introvertido, dizia que nunca quis realmente atuar e não buscava isso. Acabou ingressando no showbusiness graças a um amigo, Paul Gregory, que se tornou agente e produtor e lhe ofereceu  um papel sem falas como um juiz no espetáculo "The Caine Mutiny Court-Martial", da Broadway, dirigido por Charles Laughton e estrelado por Henry Fonda e Lloyd Nolan.

"Eu aprendi a escutar", ele contou em uma entrevista ao programa "Archive of American Television", em 1999. "O problema de um monte de atores é que eles ficam esperando por sua fala, esperando a si mesmo falarem. Se você escuta, você se envolve... Eu aprendi a nunca me antecipar. Isso me ajudou bastante como ator."