01 de Maio de 2024 • 18:56
A novidade, anunciada no começo do mês pela organizadora do evento, a Câmara Brasileira do Livro (CBL), é a criação de duas novas categorias: livros brasileiros publicados no exterior e histórias em quadrinhos. O Jabuti passa, agora, a ter 29 categorias.
A boa notícia foi muito bem recebida nos meios quadrinísticos, apesar de as HQs já terem sido premiadas, ao longo desses 58 anos de história do Jabuti, geralmente nas categorias Adaptação e Ilustração. Mas, a criação de uma categoria só para as HQs mostra a força dos quadrinhos no momento conturbado do mercado editorial brasileiro. E muito por conta do sucesso dos independentes, a maioria viabilizados em campanhas de financiamento coletivo ou às próprias custas dos autores.
Outro recado dado pela CBL, com essa nova categoria, pode ser a de que os quadrinhos, atualmente, estão num patamar de quem já pode ser considerado um novo gênero literário. Também, não deixa de ser um tapa com luva de pelica na cara de uma parcela da intelectualidade brasileira que ainda enxerga os quadrinhos como coisa infantil ou como produto de baixo nível.
Só o fato de gibis – sem usar o termo pejorativamente, me entendam bem! – estarem no mesmo patamar dos livros, eternos guardiões da intelectualidade, já mostra a importância dessa iniciativa. Se livros são exigentes, enquanto mídia, os quadrinhos não ficam nem um pouco atrás, com vários níveis de decodificação: balões, desenhos, textos, ícones, sequências etc. Nada fácil!
Mesmo assim, muita gente acha que quadrinho não é coisa séria ou de pessoas inteligentes. Criando essa categoria, a CBL mostra que evoluiu junto com seu mais importante prêmio. É um sopro de esperança, numa hora em que a produção cultural do país também sofre – e como sofre! – os efeitos da crise sem precedentes que se abate sobre nós. Também uma bela chance para estimular a sempre combalida classe de quadrinistas tupiniquins a produzir mais e com mais afinco.
Se a nova categoria já tivesse sido criada, tenho certeza que trabalhos como La Dansarina, de Lillo Parra e Jefferson Costa; Talco de vidro, de Marcello Quintanilha; Ye, de Guilherme Petreca; Cachalote, de Rafael Coutinho e Daniel Galera, além de muitos outros, já teriam ganho. O importante, no entanto, é saber que, agora que o Jabuti ficou “quadrado” (no bom sentido), é torcer para que venha mais trabalhos como os citados acima. Que é para ver se esse povo acorda de vez para a importância das HQs como legítimas manifestações culturais.
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