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Em entrevista, Letícia Sabatella aborda o ofício de ser artista de múltiplas linguagens

Contando com músicos-atores, o show carrega um elemento dramático em suas interpretações, incluindo pequenas cenas entre as canções autorais e de Chico Buarque

Publicado em 31/08/2015 às 19:37

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Se antes conhecíamos o lado atriz e cineasta de Letícia Sabatella na TV e nas telonas, agora ela, que também é bailarina, dá o tom no show ‘Caravana Tonteria’ em sessão gratuita no próximo dia 1º (terça-feira), às 20 horas, no Teatro do Sesc (Rua Conselheiro Ribas, 136) para a abertura do FESTA 57 – Festival Santista de Teatro.

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A caravana é o grupo formado por Paulo Braga (piano), Fernando Alves Pinto (serrote, trompete, violão e voz) e Zéli Silva (contra-baixo). Contando com músicos-atores, o show carrega um elemento dramático em suas interpretações, incluindo pequenas cenas entre as canções autorais e de Chico Buarque, Kurt Weill, Duke Ellington e Colle Porter.

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“É um sonho se realizando, estar cantando músicas minhas e de autores que adoro, tão bem acompanhada!”. Em entrevista, Letícia aborda o ofício de ser artista de múltiplas linguagens – “Ser ator é fazer da crise, a poesia” – e sobre a Lei de Fomento Teatral, já existente em São Paulo há 13 anos e que é pleiteada para que ocorra em Santos pelo Movimento Teatral da Baixada Santista durante o festival.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

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Diário do Litoral: Letícia, quando você fala da ‘Caravana Tonteria’ e pela repercussão nas diferentes mídias, soa que este espetáculo contempla muito de uma Letícia Sabatella: une literatura, música, artes cênicas com uma liberdade desigual na concepção. Pode descrever qual foi o instante em que desejou compor este projeto e o quão de você está mesmo no palco durante os shows?

Letícia Sabatella: A Caravana, no momento, ainda existe como um show de música. Bem, eu e o Nando [Fernando Alves Pinto, seu marido] somos atores e assim nos apresentamos utilizando este recurso nosso. Às vezes, inserimos poesias e as cenas acontecem naturalmente. Estamos nos preparando para um espetáculo mais abrangente. É um sonho se realizando, estar cantando músicas minhas e de autores que adoro, tão bem acompanhada! É uma realização!

Letícia Sabatella, que também é bailarina, dá o tom no show ‘Caravana Tonteria' (Foto: Erika Neves)

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DL: Não à toa, o espetáculo ganha a repercussão na Internet quando você interpreta ‘Geni e o Zeppelin’. Nesta temporada, quais relatos, palavras de incentivo ou situações mais te marcaram? Pode destacar alguma destas ocasiões?

LS: Estes convites que tem acontecido, esta aceitação e compreensão de um estilo teatral de interpretação, tudo tem sido um grande incentivo e faz com que eu mesma reconheça, que a partir deste reflexo das pessoas, o valor do que está florescendo. Semente sendo bem regada, broto sendo cuidado.
Este desejo das pessoas por nossa arte é o alimento pra crescer nosso trabalho, tocar nossa caravana. Ouvir de grandes mestres como o próprio Chico [Buarque], Elza Soares, Zélia Duncan, Zé Maurício Machline, Yuka, dos meus parceiros maravilhosos, que é especial, que tem uma diferença e que é bom mesmo, tem me convencido mais dessa potência. Vejo com menos dureza os meus defeitos.

DL: Claro que a ‘Caravana’ não é só um filho da Letícia, mas também de seu marido Fernando e outros músicos. Como o ritmo destas parcerias influencia no seu trabalho? E já estão engajados em futuras produções?

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LS: Sim, a Caravana é um grande encontro, graças a Deus! É muito acalentada a qualidade musical e a sua peculiaridade. Vamos ter um diretor musical incrível, em breve, o Arrigo Barnabé, e aí temos planos de pegar a estrada com mais frequência.

DL: Em ‘Eu Maior’, você citou a questão do esvaziamento do ego para conceber suas personagens, além de que a profissão permite esta aprendizagem contínua de descobertas e redescobertas. Como você define o ofício de ser ator? E qual a recomendação para quem queira viver nesta carreira?

LS: Como disse Juliana Galdino, o ser atriz/ator “é fazer da crise poesia”. É mergulhar na loucura com o escafandro da arte! Uma permissão incrível e libertadora! Trabalhe, pesquise e mergulhe que a inspiração vem!

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DL: Creio que por vezes você relaciona o seu ofício artístico – nos palcos ou nas telas – para provocar reflexões às pessoas, quase como uma responsabilidade social do artista. Em toda sua trajetória, qual experiência mais lhe marcou neste sentido?

LS: Acho que produzir e dirigir o documentário ‘Hotxuá’ [lançado em 2012] foi a minha maior contrapartida social levando em conta o tema do ator, do palhaço.

A caravana é o grupo formado por Paulo Braga (piano), Fernando Alves Pinto (serrote, trompete, violão e voz) e Zéli Silva (contra-baixo) (Foto: Erika Nves)

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DL: Este ano, o seu espetáculo é o de abertura do FESTA 57 – Festival Santista de Teatro, que tem como foco propor uma Lei Municipal de Fomento ao Teatro, como ocorre em São Paulo, para financiamento público na pesquisa permanente dos grupos cênicos e, ao mesmo tempo, oferecendo também maior acesso à população. Qual sua opinião sobre este programa na Capital?

LS: Eu não moro em São Paulo, mas fico feliz sempre que assisto a peças, experimentações muito marcantes de grupos locais. Sempre uma pesquisa profunda, sempre uma proposta diferente e de muita qualidade, muita gente boa! Fomento a esses trabalhos são estímulos muito importantes, são oásis de transcendência em meio ao caos cotidiano de uma cidade como São Paulo.

DL: Bem, não sei se tem alguma memória de Santos para partilhar conosco, mas como você quer lembrar a sua próxima passagem pela Cidade?

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LS: Acho que a última vez que fui a Santos, estive em uma aldeia. Bem, quero ter feito jus ao carinhoso convite da cidade para que nossa ‘Caravana’ fosse escolhida para abrir este festival e que haja uma boa discussão sobre o fomento à cultura!

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