Convivência

Defensoria Pública defende adoção de adolescentes

A campanha da Defensoria Pública do DF é voltada para a adoção tardia, que consiste no acolhimento de crianças em faixa etária mais avançada, incluindo adolescentes e grupos de irmãos

Publicado em 25/05/2015 às 15:12

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

O pequeno João Felipe Marques, 2 anos, mal consegue conter a animação ao chegar para um passeio no Parque da Cidade, em Brasília. Acompanhado dos pais, o menino não parece recordar a realidade na qual vivia há pouco mais de um ano, quando aguardava, em um abrigo da cidade, para ser adotado.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

“Ele chegou para a gente com 1 ano e 1 mês. Esperamos quatro anos e meio para receber o João Felipe. E foi uma experiência mágica”, lembra a mãe Wanda de Lourdes Marques, 50 anos. A ideia de adotar, segundo ela, surgiu em função da idade avançada e dos custos e riscos envolvidos em uma gravidez assistida.

“A gente fica com o medo que toda mãe sente, inclusive quando engravida. Você não sabe quem vem, como vai ser, se vai dar conta, se vai saber cuidar, se vai saber educar. É um medo natural. Mas, quando você põe os olhos nos olhos daquela criança que é seu filho, tudo vai embora, tudo se acalma. Você pensa: somos nós, vamos juntos que a gente vai dar conta,” disse Wanda Marques.

No Dia Nacional da Adoção, lembrado hoje (25), o supervisor da área de adoção da Vara de Infância e Juventude do Distrito Federal (DF), Valter Gomes de Souza, lembra que o caso de João Felipe é um exemplo a ser seguido, uma vez que todas as etapas do processo foram cumpridas.

Continua depois da publicidade

As famílias que se habilitam tendem a estabelecer um perfil mais restrito – 95% querem adotar um recém-nascido, branco, saudável e sem irmão (Foto: Divulgação)

O passo a passo, segundo ele, envolve, primeiramente, procurar a Vara da Infância e da Juventude e, em seguida, a Defensoria Pública, órgão responsável por iniciar os procedimentos. Após a apresentação dos documentos exigidos, o candidato passa por um curso de preparação psicossocial e jurídica e por uma avaliação conduzida por psicólogos e assistentes sociais. Em seguida, a pessoa é inscrita no cadastro nacional de adoção.

A campanha da Defensoria Pública do DF é voltada para a adoção tardia, que consiste no acolhimento de crianças em faixa etária mais avançada, incluindo adolescentes e grupos de irmãos. Esse perfil é hoje o que sobressai no Cadastro Nacional de Adoção. As famílias que se habilitam tendem a estabelecer um perfil mais restrito – 95% querem adotar um recém-nascido, branco, saudável e sem irmão.

Continua depois da publicidade

“É um perfil muito difícil de ser atendido pelo sistema de Justiça em um curto espaço de tempo. Ao final, você vai ter muitas famílias habilitadas aguardando a concretização de uma adoção e centenas de crianças e adolescentes também aguardando o momento de conhecer uma família. Queremos sensibilizar a sociedade a rever esse perfil e a considerar a hipótese concreta de adotar crianças maiores, com irmãos, sobretudo pré-adolescentes e adolescentes.”

O defensor público Sérgio Domingos destaca que pessoas que mantêm convívio com uma criança ou adolescente, que não é filho biológico, devem procurar os órgãos responsáveis para regularizar a situação. A chamada adoção à brasileira, como ele mesmo se refere, é bastante comum no país, mas não gera nenhum tipo de segurança jurídica para o futuro.

“Se a situação não se regulariza, há o risco, com o tempo, de isso tudo poder ser questionado, por exemplo, pelo pai biológico do menor. Aí, a criança entra numa espécie de limbo jurídico”, explicou.

Continua depois da publicidade

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software