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Lincoln Spada
Direto de Criciúma (SC), o Cirquinho do Revirado encena gratuitamente hoje, ás 21 horas, o espetáculo ‘Júlia’ na Praça dos Andradas (Centro). O espetáculo de rua tem direção de Péde Sedrez e elenco formado por Reveraldo Joaquim e Yonara Marques. O trio junto de Fabiano Peruchi assina a dramaturgia.
Na narrativa, a personagem-título é uma moradora em situação de rua acompanhada pelo fiel escudeiro, Palheta. Ambos se dizem donos dos resquícios de um circo incendiado e levam em sua bagagem diversas memórias de vida.
Entre realidade e ilusão há uma linha muito tênue, onde a mulher sem pernas, Júlia, seria capaz de rodopiar, girando o mundo com suas histórias para cativar o público.
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“Partimos de uma gama de temáticas ícones, como circo de horrores, bufonaria, ciganagem, rodas e saias. Buscamos entrar no universo dessas figuras errantes e imprimi-lo no corpo dos atores. Um momento crucial na construção do trabalho é quando esses estímulos externos passam a dialogar com as verdades do próprio ator. Acredito que somente assim o ator se apropria das informações, criando um ser ímpar”, diz o diretor Pépe Sedrez.
O processo de montagem passou por várias etapas, como oficinas de circo, de bufão e de música para teatro. “Passamos três anos pesquisando o argumento, o eixo norteador que era ‘o redondo’, ‘tudo que gira’”, complementa o ator Reveraldo Joaquim. “Escolhemos sempre falar de algo que esteja pulsando dentro de nós. Desta vez, falamosde tudo que gira, os medos e fracassos da roda da vida”.
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Por meio do edital Elizabet Anderle de Santa Catarina, o grupo foi contemplado para avançar nas pesquisas cênicas. No decorrer dos meses, a companhia convidou profissionais de diferentes locais, além de Pépe (da Cia Carona de Teatro).
A trama do casal em cena tem influências de Góia, Bosch, filmes como ‘Feios, Sujos e Malvados’, livros de Gabriel García Marquez e a biografia de Arthur Bispo do Rosário. “Quando já tínhamos levantado bastante material de personagens, fomos experimentar na rua”, ele diz.
“Estamos com o espetáculo desde fevereiro de 2011, muita coisa bacana já rolou, em geral as histórias que mais marcam são os depoimentos dos próprios moradores em situação de rua. São histórias sempre fortes”.
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