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Clássico do terror, O Exorcista completa 40 anos

Único filme de terror a ser indicado ao Oscar de melhor filme; produção recebeu mais nove indicações

Bárbara Farias

Publicado em 27/12/2013 às 04:41

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Um clássico do terror que apavorou o mais cético entre os que o assistiram na década de 70, "O Exorcista" faz 40 anos. 

O longa ainda hoje é um filme perturbador e lucrativo, não pelos efeitos especiais, visto que havia poucos recursos tecnológicos na época, mas pelo terror e a tensão propagados. 

Produzido em 1973, o filme foi lançado no cinema em 29 de julho de 1974, ano em que recebeu dez indicações ao Oscar. "O Exorcista" foi o único longa do gênero a ser indicado na categoria de  melhor filme pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Mas, o filme ganhou apenas duas estatuetas por melhor roteiro adaptado e melhor som.

"O Exorcista" é uma adaptação do livro de William Peter Blatty, baseado no exorcismo de um garoto que teria sido vítima de uma possessão demoníaca nos anos 1940, em Maryland, nos Estados Unidos. O garoto que teve sua identidade preservada, foi chamado de Roland Doe, pseudônimo dado pela Igreja Católica. O exorcismo de Doe foi o único de três casos sancionados pela Igreja nos EUA, aprovado depois de acontecimentos sobrenaturais terem sido testemunhados por nove padres e mais de trinta testemunhas.

Linda Blair como a menina Regan possuída pelo demônio (Foto: Divulgação)

O autor escreveu o livro quando ainda era um estudante da Georgetown University e chegou a residir no apartamento mostrado no filme O Exorcista, em Washington D.C., como o endereço de Regan, a garota possuída no filme, interpretada pela atriz Linda Blair. 

Na adaptação para o cinema,  em Georgetown, Washington, uma atriz (Ellen  Burstyn) aos poucos percebe algo errado com sua filha Regan (Linda Blair), de 12 anos de idade. Quando a menina começa a dar sinais de possessão, assustada e sem poder ajudá-la, a mãe pede ajuda a um padre, especialista em exorcismo.

O Exorcista é uma adaptação do livro de William Peter Blatty, baseado em um exorcismo real (Foto: Divulgação)

Além da maquiagem assustadora de Regan possuída, com uma pele verde, talhos no rosto, olhos amarelos e cabelos desgrenhados, o longa reúne cenas antológicas e inpressionantes como a da masturbação com um crucifixo,  a cabeça virando 180º, o vômito, e a que para mim, é a mais assustadora de todas: o andar invertido pelas escadas, como uma aranha.

Exorcismo baseado em fatos reais já seria um marketing e tanto para a promoção do longa, mas, as curiosidades de bastidores foram o tempero para tornar o filme um clássico do terror no cinema.

Quem pensa que as filmagens eram tranquilas, engana-se, pois a tensão tomava conta do set e era transmitida realmente pelos atores aos seus personagens, isso graças ao diretor do filme William Friedkin, que estava "com o diabo no corpo".

Em nome do realismo, Friedkin chegou a estapear o padre William O'Malley para conseguir uma reação melhor dele como Joseph Dyer. Linda Blair e Ellen Burstyn se machucaram nas cenas mais violentas.

O diretor até disparou um tiro sem avisar para assustar Jason Miller para uma cena.
Friedkin chegou a pedir a um reverendo que "exorcizasse" o set de filmagens, mas ele se recusou, afirmando que isso poderia deixar a equipe ainda mais ansiosa.

O diretor William Friedkin atormentava os atores para darem mais realismo às cenas de terror durante as graações (Foto: Divulgação)

Ele concordou, no entanto, em abençoar o local e a equipe. Elenco e equipe de produção, ao que parece, estavam precisando muito de uma benção para chegarem sãos ao fim das gravações.

Impressionados ou não, levados pela tensão no set, muitos integrantes da equipe de filmagem relatavam eventos inexplicados, como um incêndio que destruiu parte da locação.  Oito profissionais da equipe de produção morreram, dizem de forma não-esclarecida, no periodo de filmagens, antes da estreia do filme.

Por todos esses acontecimentos,o filme ganhou fama de amaldiçoado ainda durante as gravações. 

O filme faz uso do flash de imagens estáticas, como o rosto do demônio que possuiu Regan. O diretor William Friedkin admitiu o uso dos flashes, mas disse que eles são usados pelo efeito dramático e não são mensagens subliminares propriamente.

o filme ganhou fama de amaldiçoado ainda durante as gravações devido a uma série de acontecimentos misteriosos no set de filmagens (Foto: Divulgação)

A voz do demônio
Vários testes foram feitos para a voz do demônio, inclusive uma distorção eletrônica da voz de Linda Blair e a inclusão do som dos gritos de porcos indo para o abate. Friedkin optou ao final em escalar a veterana do rádio Mercedes McCambridge.

Para fazer aquela voz aterrorizante que conhecemos bem, Mercedes McCambridge comia ovos crus, fumava muitos cigarros e bebia álcool. No entanto, apesar de todo o esforço, o nome de Mercedes não aparecia nos créditos do filme. Então, ela acabou processando judicialmente a Warner Bros para que seu nome fosse creditado como a voz do demônio. 

Mercedes McCambridge comia ovos crus, fumava muitos cigarros e bebia álcool para fazer a voz do demônio (Foto: Divulgação)

Após o sucesso de bilheteria, "O Exorcista" teve sequência com mais três filmes, que não renderam a mesma aceitação do público. Quatro anos depois, em 1977, foi rodado "O Exorcista II - o Herege", com Richard Burton, o Exorcista III, em 1990 e o último da série O Exorcista - O Início, de 2004, com foco no Padre Merrin.

No ano 2000, foi lançada  nos cinemas americanos, a versão estendida de O Exorcista, com som digital e 11 minutos de cenas extras. A versão estendida também foi gravada em DVD e vendida no varejo para o deleite dos fãs do clássico.

Prêmios conquistados e indicações:

OSCAR
1974
Ganhou
Melhor Roteiro Adaptado
Melhor Som

Indicações
Melhor Filme
Melhor Diretor - William Friedkin
Melhor Atriz - Ellen Burstyn
Melhor Ator Coadjuvante - Jason Miller
Melhor Atriz Coadjuvante - Linda Blair
Melhor Fotografia
Melhor Direção de Arte
Melhor Edição

GLOBO DE OURO
1974

Ganhou
Melhor Filme - Drama
Melhor Diretor - William Friedkin
Melhor Atriz Coadjuvante - Linda Blair
Melhor Roteiro

Indicações
Melhor Atriz - Ellen Burstyn
Melhor Ator Coadjuvante - Max von Sydow
Melhor Revelação Feminina - Linda Blair

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