Integrantes de CPI querem cobrar dívidas da JBS com a Previdência

Durante debate em audiência pública, senador Paulo Paim afirmou que a dívida da empresa é de R$ 2 bilhões

28 MAI 2017 • POR • 11h01
CPI da Previdência Social foi instalada recentemente no Senado e apura se existe desvios nas contas do INSS - Agência Senado

Integrantes da CPI da Previdência querem que o governo cobre as dívidas da empresa JBS com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e dizem que as investigações não ficarão prejudicadas com a crise do governo Michel Temer.

Segundo informações da Agência Senado, o presidente da CPI da Previdência, senador Paulo Paim (PT-RS), lembrou que a JBS deve R$ 2 bilhões à Previdência. “É o segundo maior ­devedor. Como é que faz isso? Vamos tirar de novo do trabalhador e deixar que a JBS e tantas outras continuem sonegando, assaltando, roubando o dinheiro da população?”, indagou o petista.

O senador José Pimentel (PT-CE) também criticou o governo por comprar o apoio dos governos na reforma da Previdência. Ele citou a medida provisória que reduz os juros e multas e ainda amplia para 16 anos e meio o prazo para que os municípios que têm seus débitos com o INSS um perdão de R$ 30 bilhões.

“Uma série de prefeitos se apropriou inclusive do dinheiro dos ­trabalhadores. Ou seja, desconta do salário dos trabalhadores, mas não repassa para a ­Previdência. Isso já tinha sido renegociado, é verdade, e agora foi renegociado de novo. E a contrapartida era uma nota de apoio à reforma trabalhista e à reforma da Previdência”, disse.

O relator da CPI da Previdência, senador Hélio José (PMDB–DF), elogiou a sinceridade do relator da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Arthur Maia (PPS-BA), de admitir que, diante da crise envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB), não há maneiras de as ­mudanças serem votadas pelo Plenário. O senador destacou que a CPI vai aproveitar este ­período para ouvir mais ­especialistas que comprovem que não há rombos nas contas do INSS que justifiquem as mudanças nas regras de aposentadoria.

“Não é mais possível que se imponha a milhões de brasileiros uma visão unilateral sobre o que é melhor para o País. As nossas discordâncias não são obstáculos para que o País avance”, declarou Hélio José.

A CPI da Prevodência ouviu o representante do Tribunal de Contas da União, Fábio Granja, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ernesto Losardo, além de professores da Unicamp e da Fundação Getúlio Vargas e um especialista em ­Previdência Social.