A volta de um clássico: Novo Lobo, velha emoção

Lobo Solitário (Kozure Okami, 1970) de Kazuo Koike e Goseki Kojima narra a saga do samurai Itto Ogami e seu filho Daigoro

28 MAI 2017 • POR • 15h50
Divulgação

Voltou recentemente às bancas um clássico absoluto dos mangás: Lobo Solitário (Kozure Okami, 1970) de Kazuo Koike e Goseki Kojima, que narra a saga do samurai Itto Ogami e seu filho Daigoro em 28 volumes cheios de ação, drama e emoção.

Mas, a maior novidade da Panini, responsável pelo título, é que, concomitantemente com a reedição desta verdadeira obra de arte dos quadrinhos, está chegando também o Novo Lobo Solitário, a inédita continuação publicada no Japão em 2003, mas que só agora é apresentada aos leitores brasileiros.

O Novo Lobo Solitário é uma continuação direta da obra original, feita pelo mesmo Kazuo Koike, mas com Hideki Mori substituindo o lendário Goseki Kojima, falecido em 2000, nos desenhos e, diga-se de passagem, de maneira absolutamente equiparável com os famosos traços de Kojima. A estratégia da Panini parece ser a de intercalar as duas publicações, ou seja, num mês sai um volume da obra original e, no outro, um da inédita continuação.

Do ponto de vista de quem já leu e conhece Lobo Solitário isso não muda nada, mas para quem nunca leu a obra original é uma péssima estratégia, uma vez que a simples leitura do Novo Lobo adianta uma série de spoilers para quem não leu o mangá de 1970, afinal o novo mangá é mesmo uma continuação direta dos fatos narrados nos 28 volumes anteriores.

Assim, se você está animado para colecionar os dois, mas ainda não leu nenhum, compre o Novo Lobo mas não abra até terminar a leitura da série original. Mesmo que, como andou se dizendo nos meios quadrinísticos, a exigência por esse modo de publicação tenha sido do próprio Kazuo Koike, a ideia não é boa.

Tirando esse problema, é preciso salientar que o Novo Lobo Solitário se coloca como um clássico contemporâneo já na primeira edição. Claro que não vou adiantar nada da trama, mas é preciso ser muito insensível para não chegar às lágrimas com os primeiros movimentos dessa nova obra de arte em HQs.

A ação trazida pelos traços de Hideki Mori e o absoluto domínio da trama do veterano Koike, que tem há anos na própria cabeça todas as nuances da dramática saga de Itto Ogami e seu filho, fazem do Novo Lobo Solitário um mangá imperdível e sério candidato, a exemplo da obra original, Akira (Katsuhiro Otomo), Ghost in the Shell (Masamune Shirow) e tantos outros; ao título de um dos melhores mangás de todos os tempos.

Apesar da trama bem mais curta, em apenas 11 volumes, o Novo Lobo Solitário é uma das melhores opções de leitura de quadrinhos atualmente nas bancas. Confira, que você não vai se arrepender!