Trump nega ter tentado interferir em investigação sobre ingerência russa

Perguntado em uma entrevista coletiva que concedeu ontem (19) se tentou interromper essas investigações, Trump respondeu apenas com um seco "não" e pediu a próxima pergunta

19 MAI 2017 • POR • 20h30
Não há conluio", disse Trump sobre o caso que investiga as ligações entre membros de sua campanha e o governo russo - Associated Press

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou ter tentado interferir na investigação que o FBI está fazendo sobre a ingerência russa nas últimas eleições presidenciais.  A informação é da Agência EFE.

Perguntado em uma entrevista coletiva que concedeu ontem (19) com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, se tentou interromper essas investigações, Trump respondeu apenas com um seco "não" e pediu a próxima pergunta.

"Inclusive meus inimigos disseram que não há conluio. Não há conluio", disse Trump sobre o caso que investiga as ligações entre membros de sua campanha com o Kremlin para prejudicar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton.

Qualquer sugestão de uma possível conduta irregular em relação ao caso foi considerada por Trump como "totalmente ridícula".

"Caça às bruxas"

O presidente disse respeitar a nomeação do promotor especial para supervisionar o caso, Robert Mueller, mas considerou que sua escolha divide o país. "É uma caça às bruxas que nos distrai de outras questões sobre as quais deveríamos estar trabalhando", afirmou.

"Respeito o movimento, mas tudo isso foi uma caça às bruxas", reiterou Trump aos jornalistas.

Em um comunicado, o procurador-geral-adjunto, Rod Rosenstein, anunciou na quarta-feira (18) a nomeação de Mueller para supervisionar a investigação sobre a ingerência Rússia nas eleições e os possíveis laços do Kremlin com a campanha de Trump.

"Minha decisão não é uma crença de que foram cometidos delitos ou que uma acusação está garantida. O que determinei é que, com base em circunstâncias únicas, o interesse público requer que coloquemos essa investigação sob a autoridade de uma pessoa que exerça uma certa independência da cadeia de comando", explicou.

O novo promotor especial comandou o FBI por 12 anos, durante as presidências de George W. Bush e Barack Obama. Mueller foi substituído no cargo em 2013 por James Comey, demitido por Trump na semana passada.