Quadrilha movimentou R$ 1 bilhão, afirma Polícia Federal

Investigação de um ano desarticulou quadrilha ligada a narcotraficantes. Delegado diz: “Hoje identifica-se como a quadrilha que mais desviou produtos químicos no Brasil”

1 MAI 2013 • POR • 10h36

Operação deflagrada ontem pela Polícia Federal (PF) culminou nas prisões de 15 pessoas envolvidas com o narcotráfico. A quadrilha atuava desviando produtos químicos controlados que eram utilizados para fabricação ou aumento do volume de cocaína. Oito prisões ocorreram na Baixada Santista. As restantes foram na Grande São Paulo e no Interior do Estado.

Denominada Opus Magnum, a operação recebeu esse nome em alusão ao trabalho relacionado à busca da pedra filosofal pelos alquimistas. A Polícia Federal estima que foram produzidas mais de 100 toneladas de cocaína com o total de adulterantes desviados nos últimos dois anos de atuação do grupo. Essa quantidade de droga produzida movimentou cerca de R$ 1 bilhão.

Durante entrevista coletiva concedida na manhã de ontem, na Delegacia de Polícia Federal de Santos, o delegado Ciro Tadeu Moraes afirmou que a quadrilha, vinculada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), era a que mais desviava produtos químicos no País. Ainda de acordo com Moraes, o líder da quadrilha – morador de São Vicente – foi preso em agosto do ano passado.

Também em São Vicente, informa o delegado, foi capturada ontem uma mulher que era proprietária de duas farmácias irregulares. Os estabelecimentos eram utilizados para o desvio dos produtos químicos. Em Diadema, na Grande São Paulo, os policiais estouraram ontem um laboratório utilizado para fabricação e aumento do volume de cocaína. Pouco antes, um homem que já estava com a prisão decretada, acabou preso em flagrante naquela cidade portando 100 quilos de cafeína.

Apurações

Os trabalhos da operação tiveram início quando foram detectados indícios de desvio de produtos químicos controlados para utilização ilícita por quadrilha de narcotraficantes. As apurações apontaram o desvio de vultosa quantidade de cafeína, acetona, éter, ácido clorídrico, ácido sulfúrico, benzocaína, lidocaína, ácido bórico e manitol pelas empresas criadas pela quadrilha para este fim.
A atuação dos criminosos consistia em abrir diferentes empresas em nome de “laranjas” para utilizá-las, mediante obtenção de licença, na comercialização de produtos químicos controlados. Em posse da referida licença, os integrantes a quadrilha adquiriam grandes quantidades desses produtos, em especial, cafeína, sem a devida prestação de contas para a Polícia Federal.