Após 39 dias, greve dos servidores de Cubatão chega ao fim

A paralisação teve início no dia 28 de abril sobre forte repressão. Na data, a Câmara votou em primeira discussão os projetos da reforma administrativa

5 MAI 2017 • POR • 21h55
Servidores de Cubatão protestaram todos os dias em frente aos prédios do executivo e do legislativo - Matheus Tagé/DL

Após 39 dias, os servidores públicos municipais de Cubatão encerraram a greve – a mais longa da história do município. O movimento teve início no dia 28 de março devido a reforma administrativa proposta pelo prefeito Ademário Oliveira (PSDB), apelidada pelo funcionalismo de ‘pacote de maldades’ por conter alterações em benefícios. A paralisação teve fim após a Administração Municipal retroceder em alguns itens das propostas já aprovadas e de conceder reajuste salarial de 3%, além de aumento de R$5,00 por dia no vale alimentação e anistia dos dias paralisados mediante reposição.

“O governo recuou em vários ítens da lei. Ofereceu reajuste de 3% e R$ 5 reais diários a mais no vale alimentação. Proposta de recomposição de salário a partir dos fechamentos do segundo e terceiro quadrimestres”, destacou Berenildo Gonçalo, vice-presidente do Sindicato dos Professores de Cubatão (SindPMC). Entre os artigos que serão alterados pelo Executivo estão os relativos às faltas e o pagamento integral de férias – para quem tem direito – até 2017.

“O sentimento de que recuperamos um pouco de nossa dignidade de trabalhadores. Em meio aos brutais ataques dessa onda ultra liberal que insiste em assolar o país, destruindo os serviços públicos, fica o sentimento de que, apesar de singela, demos nossa contribuição”, destacou o professor Peter Mahs, que integra a Comissão de Greve.

Para a professora Evelin Agria, o sentimento é de dever cumprido. “Muita coisa aconteceu e se não obtivemos o sucesso que gostaríamos, com certeza mostramos quem somos. A greve acaba, mas não a luta”, afirmou.

Histórico

A greve dos servidores teve início no dia 28 de abril sobre forte repressão. Na data, a Câmara Municipal votou em primeira discussão os projetos da reforma administrativa. Os funcionários públicos tentaram impedir a entrada dos vereadores no prédio do legislativo. A Polícia Militar foi acionada e lançou bombas de gás lacrimogêneo nos manifestantes. Quatro pessoas ficaram feridas. No mesmo dia, a justiça determinou o retorno de 80% do funcionalismo ao trabalho.

No dia 11 de abril, data da segunda votação dos projetos na Câmara, um grupo de funcionários públicos ocupou o plenário durante a sessão. Houve tumulto e a votação foi adiada para o dia seguinte.  

A greve também ganhou o apoio de pais de alunos. Diante da pressão e da necessidade de discussão do dissídio da categoria, o prefeito iniciou conversa com os servidores até resultar no término da greve na noite de ontem (5).