Reforma da Escolástica Rosa vai custar cerca de R$ 2 milhões

Santa Casa e Estado estão discutindo quem será o responsável em pagar a recuperação do imóvel

6 MAI 2017 • POR • 08h00
O deputado estadual Cássio Navarro (PMDB) esteve ontem na escola e ficou estarrecido com que viu - Matheus Tagé/DL

A negligência com um prédio público tombado em Santos vai custar cerca de R$ 2 milhões (R$ 1.998.000,00). Esse é o valor previsto com a reforma da Escola Técnica Estadual (Etec) Escolástica Rosa, localizada próximo à Avenida Coronel Joaquim Montenegro (Canal 6), na Ponta de Praia.

O problema é que não se sabe, no entanto, se o dinheiro sairá dos cofres públicos paulista ou da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Santos. Isso porque essa última é a proprietária do imóvel que está alugado pelo Estado, via Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza.

Ontem, o deputado Cássio Navarro (PMDB), acompanhado do vereador Rui de Rosis (mesmo partido), foi conferir de perto o que anos de esquecimento e falta de manutenção podem causar.

E a visão foi considerada assustadora: boa parte do telhado do prédio corre risco de desabamento. Na fachada, os beirais do telhado encontram-se quebrados, as grades do muro estão completamente corroídas, o corredor que dá acesso ao pátio possui várias infiltrações, a pintura está descascada com mofo e as ferragens estão completamente enferrujadas e tetos das classes estão comprometidos. Os prédios anexos também estão deploráveis.

“Vim constatar as denúncias que recebi. Há um impasse entre a Santa Casa e o Governo do Estado de quem seria o responsável pela recuperação do imóvel. Já existe uma ação, do Ministério Público (MP), bloqueando recursos da Santa Casa para obrigá-la a fazer obras de infraestrutura no prédio. A Irmandade já instalou um canteiro de obras dentro do imóvel para a recuperação dos telhados e dos gradis”, disse o deputado, revelando seu trabalho será o de buscar, junto ao Estado, recursos para melhorar a situação da unidade. 

Segurança

Navarro se mostrou preocupado com a segurança dos estudantes professores e funcionários. Por isso, vai cobrar do Estado rapidez no projeto de reforma do imóvel, que resultará um acordo entre o Ministério Público (MP) e a Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Santos, proprietária do terreno.

“Além da importância histórica do prédio, que é patrimônio público, não podemos esquecer que está em jogo a segurança de muitos alunos e funcionários que frequentam o prédio diariamente. Faço questão de contribuir para ver esta obra realizada. Me parece, que a responsabilidade de manter o prédio não é da Santa Casa”, adiantou.

No mês de março, em uma audiência realizada com a participação de membros do Centro Paula Souza, a Santa Casa se comprometeu a apresentar o contrato com a empresa que fará o serviço. A previsão era que o prédio já estivesse em obra, por isso, após a visita, o deputado vai conversar com os órgãos competentes, a fim de entender o processo e agilizar os trabalhos.

Rui de Rosis disse que passou parte de sua juventude na unidade. “O prédio era muito bem conservado, uma joia. Lamentavelmente, está desta forma. Eu entendo que buscar uma solução não será fácil”, disse.

A diretora da unidade, Ieda Aparecida de Jesus Couto Estácio, está na escola desde 2012 e revelou que, por diversas vezes, cobrou providências da Santa Casa e do Estado. “Tenho tudo documentado. Relatórios, ofícios, fotografias e sempre tive dificuldades para resolver porque o imóvel, embora seja particular, é mantido com verbas públicas. Existe boa vontade de ambos, mas desconheço os entraves. Só posso dizer que, quando toca o sinal, eu corro para ver se nada aconteceu com os alunos”, finalizou.          

A Etec oferece cursos em Administração, Nutrição e Dietética, Logística, Metalurgia, Portos e Segurança do Trabalho. Além de problemas na estrutura, verificou-se falta de segurança nas imediações. Após um pedido do deputado, o comandante do 6º BPM/I, tenente-coronel João Alves Diniz Neto garantiu rondas policiais e policiamento noturno no local.