Para auxiliares, impopularidade de Temer influencia mau desempenho de governistas

Em conversas reservadas, aliados de Temer responsabilizam os impactos da Operação Lava Jato e a impopularidade das reformas trabalhista e previdenciária

1 MAI 2017 • POR • 14h00
Para auxiliares, impopularidade de Temer influencia mau desempenho de governistas - Divulgação

A avaliação de auxiliares do presidente Michel Temer é que a impopularidade dele influencia na ausência de candidatos pró-governo na dianteira da disputa presidencial de 2018, como apontou a pesquisa Datafolha neste domingo (30).

Em conversas reservadas, aliados de Temer responsabilizam os impactos da Operação Lava Jato e a impopularidade das reformas trabalhista e previdenciária pela piora na avaliação do governo, seguindo tendência já detectada em pesquisas internas.

Segundo o Datafolha, a rejeição ao governo chegou a 61%, comparável à de sua antecessora, Dilma Rousseff, às vésperas da abertura do impeachment. Mostra ainda que, no principal cenário presidencial, os três primeiros colocados são críticos ao peemedebista: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSC).

A desaprovação à gestão é maior entre as mulheres e entre quem tem maior escolaridade. Segundo o resultado, a rejeição entre as eleitoras ficou em 66%, cinco pontos acima da média geral.

Na faixa de nível superior de escolaridade, 66% dos entrevistados consideraram o governo ruim ou péssimo, contra 56% dos entrevistados com ensino fundamental.

Com a expectativa de que as mudanças na aposentadoria sejam aprovadas apenas no segundo semestre, o Planalto não acredita em uma recuperação da popularidade no médio prazo.

A avaliação é de que, com as reformas aprovadas, isso possa ocorrer apenas em 2018, quando houver sinais de recuperação econômica mais claros, assim como os efeitos das mudanças na Previdência.

"Ninguém gosta de mudar e as pessoas têm medo de mudança. Mas elas sabem, ao mesmo tempo, que elas têm de ser feitas para sair da crise econômica", disse à reportagem o ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco.

Em segundo na disputa presidencial, segundo o Datafolha, Jair Bolsonaro expressou otimismo com o resultado. "Sem [o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim] Barbosa e [o juiz Sergio] Moro, que dificilmente serão candidatos, encostaríamos no Lula", afirmou. No entanto, sem ambos, o deputado fica ao menos 15 pontos percentuais atrás de Lula no primeiro turno, em diferentes cenários.

O Datafolha revelou ainda aumento na rejeição de nomes simpáticos à gestão federal, como Aécio Neves e Geraldo Alckmin, do PSDB.

Abordado após inauguração de espaço para promoção da cultura e dos negócios do Japão em São Paulo, Alckmin disse: "O João fala em nosso nome", sobre o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), também presente.

Para Doria, é cedo para fazer análises e projeções, e não é hora de tratar do assunto.