Quadrilha alvo de ação da PF exportava cocaína via Porto

Ações ocorreram em seis estados; foram cumpridas 17 ordens de prisão – duas em São Vicente

28 MAR 2017 • POR • 21h48
Aeronaves eram utilizadas pela organização criminosa para trazer droga da Bolívia - Divulgação/Polícia Federal

A organização criminosa desarticulada nesta terça-feira (28) pela Polícia Federal (PF) durante a operação “All In”, contra o tráfico internacional de drogas em seis estados do País, exportava parte da cocaína que movimentava via Porto de Santos. Sob a coordenação da Polícia Federal no Mato Grosso do Sul, 150 agentes de diversas delegacias do país realizaram prisões e ­apreensões com o objetivo de desarticular a ­quadrilha.

Dos 17 investigados que tiveram a prisão cautelar cumprida em seis estados do País, dois são detentos da Penitenciária de São Vicente. Eles estão presos desde 27 de abril do ano passado, quando foram flagrados, em Cubatão, transportando 500 quilos de cocaína que seriam exportados pelo Porto.

Apontado como líder da quadrilha, Gerson Palermo, de 53 anos, foi preso em casa, em Campo Grande (MS). Ele é apontado como um dos fundadores do Primeiro Comando da Capital (PCC) e considerado de alta periculosidade desde os anos 80. Piloto de formação, Palermo já foi condenado a 20 anos de prisão por sequestrar, em 2000, um Boeing para roubar R$ 5 milhões em malotes de um banco. 

O delegado José Antônio Franco, responsável pela operação, disse que Palermo “governava a quadrilha com mão de ferro”. A organização criminosa agia nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e Minas Gerais. 

Segundo a PF, a cocaína, oriunda da Bolívia, entrava no Brasil por meio de aeronaves e depois era distribuída pelo Sudeste por vias terrestres. 

A operação foi batizada de “All In” em referência a uma jogada típica do pôquer em que o jogador aposta todas as suas fichas em uma mão de cartas. O batismo foi uma alusão à forma impetuosa com que a organização criminosa agia, arriscando-se no transporte de grandes carregamentos de ­entorpecentes.

Apreensões

A Polícia Federal recolheu seis aeronaves que eram usadas pela quadrilha.

Ainda houve o sequestro de cinco imóveis, incluindo um aeródromo em Curumbá (MS), apreensão de 35 carros e bloqueio de R$ 7,5 milhões em contas correntes.