Governo evita comentários sobre protestos a favor da Lava Jato

No domingo (26), o presidente Michel Temer reuniu-se com os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

27 MAR 2017 • POR • 08h30
O governo evitou comentários sobre os protestos a favor da Lava Jato - Agência Brasil

Com vários integrantes na mira da Lava Jato, o Planalto evitou comentar as manifestações de apoio à operação realizadas em pelo menos 17 Estados e no Distrito Federal. No domingo (26), o presidente Michel Temer reuniu-se com os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em um almoço oferecido pelo deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), em Brasília.

Assim como auxiliares de Michel Temer, participantes do almoço preferiram não fazer comentários públicos sobre os atos pelo país.

Mesmo em reserva, um deles procurou não minimizar as mobilizações. Disse que qualquer protesto é motivo de preocupação e respeito.

Sobre o modelo de reforma política que é discutido na Câmara também ser alvo dos protestos, um dos comensais de Temer avaliou que é preciso explicar melhor à população o sistema eleitoral vigente e as opções existentes.

Parlamentares têm defendido o sistema de lista fechada, em que o eleitor vota no partido para o Legislativo, e não no candidato. O modelo é alvo de críticas, pois seria uma maneira de partidos envolvidos em casos de corrupção elegerem nomes investigados para garantir foro privilegiado nas investigações.

Participantes do almoço negaram ter discutido os desdobramentos da Lava Jato.

Há expectativa de que o relator dos processos ligados à operação no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Edson Fachin, decida nos próximos dias sobre a abertura de inquérito da Procuradoria Geral da República, decorrentes da delação de executivos da Odebrecht.

Um dos temas do almoço foi a reforma da Previdência. Temendo problemas no Senado, Temer quis saber se já havia definição de quem será o relator da matéria na Casa –Eunício disse que ainda não sabe. A proposta tramita em comissão especial na Câmara.