Greve dos ônibus segue sem prazo de término em Cubatão

De acordo com o sindicato, empresa anunciou que não pagará os salários de fevereiro

7 MAR 2017 • POR • 08h00
Segunda greve do setor em 2017 teve início em assembleia realizada na manhã de ontem, na garagem da empresa; funcionários cobram adiantamento e pagamento - Rodrigo Montaldi/DL

Quem utiliza os ônibus urbanos e escolares de Cubatão pode se preparar para mais um dia sem a circulação dos veículos. Isso porque a segunda greve do ano, deflagrada nesta segunda-feira (6) pelos funcionários da Translíder, será por tempo indeterminado, até o pagamento dos salários de fevereiro.

A reportagem do Diário do Litoral esteve na cidade ontem e constatou que os pontos de ônibus não estavam cheios. Parte da demanda foi atendida pelo transporte alternativo, medida tomada pela Prefeitura para amenizar os efeitos da paralisação.

O motivo da paralisação de acordo com o presidente do sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários de Santos e região, Valdir de Souza Pestana, foi o anúncio por parte da companhia de não pagará os salários de fevereiro, neste quinto dia útil de março. O adiantamento de 20 de fevereiro também não foi pago.

Pestana afirma que, até o fim da tarde de ontem a empresa não havia anunciado a quitação. Como a prefeitura também não se manifestou, o sindicalista acredita que a paralisação continuará até que os trabalhadores recebam ou até o julgamento de eventual dissídio na Justiça do Trabalho.

Também presidente da federação dos rodoviários do estado de São Paulo, Pestana lembra que a empresa atrasa sistematicamente os salários, sempre alegando não receber os subsídios da prefeitura.

“Não temos nada a ver com as diferenças entre essas duas partes”, alega Pestana. “Os trabalhadores têm famílias para sustentar e precisam receber em dia”.

O presidente do sindicato reclama que os empregados da Translíder poderão enfrentar outro grave problema, nas próximas horas: a suspensão do plano de saúde.

Segundo ele, a empresa vem atrasando também as mensalidades da Intermédica: “Muitas pessoas estão em tratamento e terão os procedimentos interrompidos. Até cirurgias poderão ser canceladas”.

A Translíder tem 181 motoristas, 135 cobradores, monitoras escolares, empregados administrativos e de oficinas, totalizando 450 pessoas. Ela opera com 64 ônibus convencionais e 46 micro-ônibus, estes para 2.600 estudantes da rede municipal.

Uma nova assembleia está marcada para  acontecer hoje, na garagem da Translíder.

Outras paralisações

A greve mais recente da categoria, de um dia, foi em 17 de janeiro. Os trabalhadores retornaram ao trabalho após o pagamento dos salários de dezembro.

No final de dezembro, os rodoviários da Translíder também pararam por um dia, para receber a segunda parcela do 13º salário. Em 1º de novembro, os trabalhadores paralisaram, pois estavam sem receber o adiantamento salarial desde o dia 20 de outubro. Em 9 de novembro de 2015, também houve greve contra atraso salarial.

Prefetura faz plano alternativo na cidade

Em nota, a Prefeitura de Cubatão informou que está desde ontem acompanhando a situação, e providenciou ampliação no transporte alternativo, além de solicitar reforço no policiamento militar.  Destaca ainda que não há qualquer débito legalmente constituído da Prefeitura para com a Translíder, sendo as questões trabalhistas diretamente tratadas entre a Translíder e seus trabalhadores.