Protestos marcam debates na Câmara sobre as reformas

Várias manifestações estão ocorrendo na Câmara Federal, que nesta semana está debatendo a reforma previdenciária e trabalhista

23 FEV 2017 • POR • 11h00
Protestos foram realizados no Fórum Interinstitucional em Defesa do Direito do Trabalho e da Previdência Social - Divulgação/Câmara dos Deputados

Ontem foi mais um dia agitado e de revolta nos corredores da Câmara Federal, com as centrais sindicais e organizações sociais realizando atos e manifestações na entrada do plenário 2, onde são feitos os debates sobre as reformas trabalhista e previdenciária.

Deputados e senadores de oposição ao governo também se manifestaram contra as reformas da Previdência (PEC 287/16) e trabalhista (PL 6787/16).

Todos se juntaram ao ato de repúdio às propostas que foi organizado pelo Fórum Interinstitucional em Defesa do Direito do Trabalho e da Previdência Social (FIDS), composto por diversas entidades, entre elas a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e centrais ­sindicais.

Todos são unânimes em afirmar que as reformas são um retrocesso social e que estão sendo encaminhadas para aprovação sem que tenha havido diálogo  com a sociedade e ­transparência.

Segundo o presidente da ANPT, Ângelo da Costa, as propostas diminuem direitos e, por isso, deveria ter um diálogo com a sociedade e também transparência. 

“O Governo não divulgou dados que realmente convencessem a população. Há, de certa forma, um manuseio dos dados para colocar o foco apenas na Previdência Social, quando a gente sabe que a Previdência também é abastecida com recursos da Seguridade Social”, afirmou, em relação à reforma da Previdência.

Para o líder do PDT, Weverton Rocha (MA), o atual governo não tem legitimidade política e moral para tocar uma reforma tão profunda. “Resolver em 60, 90 dias sem ouvir ninguém?”, ­questionou.

Os parlamentares presentes disseram que a matéria representará o desmonte da Previdência. “Aos nossos jovens, estão reservados 49 anos de contribuição, se ele trabalhar 49 anos sem parar. Em um país com tanta rotatividade, quem vai ter um emprego fixo de 49 anos? E não é para receber a aposentadoria integral. É para receber a média”, observou Vicentinho (PT-SP).

Ele também criticou o aumento da idade mínima para se aposentar, que passaria de 55 para 65 anos para as mulheres e de 60 para 65 para os homens. “A situação da mulher é muito grave. Querem aumentar em dez anos o tempo para ela se aposentar e em cinco para os homens”, ­afirmou.

Resistência é a palavra de ordem

A reforma da Previdência  não conquistou ainda apoio do Congresso Nacional, mas o Governo está tentando encontrar um ­caminho.

Em conversa com deputados e senadores, a avaliação é de que, apesar de reconhecerem a necessidade da medida, o texto do Governo é cruel.