Vereadores debatem possível fechamento da usina de asfalto

Com funcionários da Prodesan presentes nas galerias, parlamentares adotaram discursos pela manutenção do equipamento

17 FEV 2017 • POR • 10h00
Vestidos com a camisa laranja da Prodesan, funcionários da empresa permaneceram em pé durante as falas dos vereadores - Rodrigo Montaldi/DL

O possível fechamento da usina de asfalto da Prodesan norteou as discussões na sessão da Câmara de Santos, realizada ontem.

O tema, que já havia sido debatido plenário na última segunda-feira por causa de requerimento da vereadora Audrey Kleys (PP), voltou à tona por causa de um novo requerimento, feito pela vereadora Telma de Souza (PT), e pela presença de funcionários da companhia nas galerias do Legislativo.

A petista falou sobre as preocupações em relação as notícias da possibilidade de fechamento da usina.

“Nós sabemos que o asfalto na cidade já é terceirizado. Existe uma firma terceirizada que está tapando os buracos na frente da Prodesan. Esse sucateamento visa privatizar a empresa se não totalmente, em parte, o que é sempre uma ameaça para os trabalhadores, para seu emprego, para suas famílias”, disse Telma.

Braz Antunes (PSD) classificou o fechamento da usina de asfalto como retrocesso. “É um próprio público que temos que incrementar. Minha maior preocupação, além do asfalto, além da produção, além do dinheiro, são as famílias que lá estão. Então, temos que lutar por manter essas pessoas trabalhando justamente neste momento de desemprego no Brasil”, comentou o ­vereador.

Benedito Furtado também defendeu o emprego dos funcionários da Prodesan. “Chega de botar pai de família na rua”, falou.

Já Sergio Santana (PR) propôs uma moção de apoio para que, caso tenha que vender a usina de asfalto, os funcionários que lá estão sejam aproveitados. Mas também que a usina não termine “até porque nossa cidade precisa de muita manutenção”, completou Santana.

Adilson Júnior (PTB) criticou a forma como o equipamento foi tratado pelo Executivo através dos anos.

“Se está sucateada, se ela está defasada foi a falta de gestão nela. É necessário isso. Não é possível que as empresas vão buscar asfalto em Mauá e seja mais lucrativo do que comprar aqui. Alguma coisa tem. Se tem sonegação de imposto, se fazem sem nota, tem que saber. Aí é fácil ter esse processo. Mais do que isso, se tem que vontade de vender parte do terreno, o terreno inteiro, que faça com transparência. Que chegue aos trabalhadores e os acalmem. Não é possível viver nesse clima de temor. Isso não faz bem pra ninguém. Falta uma coisa simples: respeito ao cidadão e é isso que eles querem”, disse o presidente da Câmara.

Líder do governo, Ademir Pestana (PSDB), classificou a venda da usina de asfalto como boato e disse não ter informação sobre a possível ­venda.

“O que se existe é que parte desse terreno onde está a usina poderá ser vendido. Mas a usina, jamais escutei. Para mim, isso é boato. Vamos ao prefeito, sim, procurar esclarecer esse assunto aqui”, ponderou Pestana, que foi alvo de críticas das galerias pela posição adotada.

Audrey Kleys, que já havia feito uma defesa dos trabalhadores na sessão anterior, voltou a falar sobre a questão. A vereadora disse que “pode até ser boato, mas que precisa ser esclarecido”. A mesma postura foi adotada por Manoel Constantino (PSDB), que comentou: “onde há fumaça, há fogo”.