Sem AVCB, Teatro Coliseu libera camarotes

Em processo de renovação da licença, equipamento apresenta problemas de infiltração na parede externa; calçada segue interditada

16 FEV 2017 • POR • 08h00
Maior teatro público de Santos, o Coliseu oferece 664 lugares; o número não considera os camarotes do 2º piso - Matheus Tagé/DL

Após passar por sucessivas intervenções estruturais e ser o pioneiro em obter o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), o Teatro Coliseu, em Santos, atualmente opera sem o documento que atesta a segurança do espaço contra incêndio e pânico. Emitido em 2014, o AVCB do Coliseu não consta na consulta de licenças no site do Corpo de Bombeiros. Questionada, a Prefeitura de Santos não informou as circunstâncias da perda da licença. Disse apenas que está trabalhando para obter a renovação. Procurado, o Corpo de Bombeiros não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Em meio ao processo de renovação do documento, a Administração decidiu liberar os camarotes do segundo piso, interditados por medirem 70 cm, sendo que as normas de segurança exigem a altura mínima de 1,05 m. Essa informação foi transmitida, em 2014, pelo secretário de Cultura da época, Raul Crhistiano, em entrevista ao Diário do Litoral.

Questionada novamente, a Prefeitura de Santos confirmou que durante a programação do último fim de semana procedeu ‘a liberação controlada’ apenas dos camarotes do segundo piso, uma vez que não há impedimento específico para seu uso. A Administração ressaltou ainda que os assentos dos camarotes B têm um recuo e não há necessidade de observar a altura mínima descrita. A medida, no entanto, contraria a informação divulgada anteriormente. As frisas continuam interditadas, de acordo com a ­Administração.

A Prefeitura informou ainda que a experiência exitosa de liberação dos assentos está servindo de modelo para ser apresentado ao Corpo de Bombeiros, para que haja a renovação do AVCB.

Tombado a nível estadual pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) e a nível municipal pelo Condepasa, o Teatro Coliseu ficou fechado por 10 anos para reforma, de 1996 a 2006. Em 2013 o equipamento passou novamente por manutenção. No entanto, após o término dos serviços, o teatro voltou a apresentar problemas de infiltrações.