Alexandre de Moraes inicia rotina de visitas no Senado antes de sabatina

'A partir da indicação oficial, vim apresentar minhas credenciais, meu currículo ao presidente do Senado, senador Eunício', afirmou ao deixar o gabinete da presidência do Senado.

8 FEV 2017 • POR • 14h30
Alexandre de Moraes esteve em uma visita que avaliou como "protocolar" - Marcelo Camargo / Agência Brasil

Indicado para o STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes esteve na manhã desta quarta-feira (8) com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), em uma visita que avaliou como "protocolar".

"A partir da indicação oficial, vim apresentar minhas credenciais, meu currículo ao presidente do Senado, senador Eunício. A partir de agora eu vou visitar os 81 senadores, não só os senadores da Comissão de Constituição e Justiça, mas todos, porque é constitucionalmente a função do Senado analisar o meu currículo, a minha experiência para votar a minha eventual aprovação", disse ao deixar o gabinete da presidência do Senado.

Após se reunir com Eunício, Moraes esteve com o líder do PMDB, o ex-presidente da Casa Renan Calheiros (AL), que está à frente das negociações para escolha do novo presidente da CCJ.

Também esta manhã, Eunício reafirmou sua vontade de que a sabatina de Moraes pela CCJ do Senado ocorra até o dia 22.

Ocorre que o colegiado sequer está formado. O presidente da Casa disse, contudo, que pretende instalá-lo ainda nesta quarta.

Com as datas apertadas devido ao Carnaval, a sabatina e posterior votação da indicação de Alexandre de Moraes à vaga de Teori Zavascki ao STF deve ocorrer somente no início de março.

CCJ

Um impasse no PMDB tem impossibilitado uma maior celeridade na instalação da CCJ. Com a maior bancada do Senado, cabe ao partido a indicação do presidente da comissão. Dois nomes, contudo, continuam impassíveis na disputa pela cadeira: Raimundo Lira (PB) e Edson Lobão (MA).

Lira tem sido defendido nos bastidores pelo próprio presidente do Senado. Argumenta que, desde outubro, vinha fazendo campanha para a liderança do PMDB com o aval de Renan Calheiros (PMDB-AL), que na última hora mudou de ideia e assumiu o cargo, o que lhe prejudicou na "campanha" pelo comando da CCJ.

Já Lobão, do grupo do ex-presidente do Senado José Sarney (AP), é defendido pelo próprio e também por Renan. Contudo, é citado na Lava Jato, o que tem pesado internamente contra si.

Os peemedebistas voltam a se reunir nesta quarta, 14h, para tentar bater o martelo sobre quem irá comandar o colegiado, considerado o mais importante da Casa.

Líder do PMDB no próximo biênio, Renan Calheiros disse essa manhã que, "não havendo um entendimento, os senadores serão chamados a decidir pela manifestação das suas vontades", ou seja, pelo voto na legenda. Não cogita deixar que ambos sigam na disputa e a CCJ eleja um presidente. É comum na Casa que, embora haja uma eleição, ela seja somente um procedimento para formalizar o processo.

Afirmou ainda que, logo em seguida, por volta das 15h, indicará à Mesa Diretora o nome dos indicados da sigla.