Não estamos brincando de fazer prefeitura, diz Doria sobre marginais

O tucano pretendia aumentar as velocidades de 70 km/h para 90 km/h (pista expressa), de 60 km/h para 70 km/h (central), e 50 km/h para 60 km/h (local)

23 JAN 2017 • POR • 20h30
O prefeito João Doria (PSDB) afirmou que cicloativistas pensam que a gestão está "brincando de fazer prefeitura" - Divulgação

O prefeito João Doria (PSDB) afirmou nesta segunda-feira (23) que cicloativistas que cobram estudos que baseiem o aumento de limite de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros pensam que a gestão está "brincando de fazer prefeitura".

A falta de embasamento técnico para a decisão de restabelecer os limites nas marginais foi o argumento da ação foi movida pela associação Ciclocidade - Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo, que resultou numa liminar vetando o cumprimento da promessa de campanha de Doria.

O tucano pretendia aumentar as velocidades de 70 km/h para 90 km/h (pista expressa), de 60 km/h para 70 km/h (central), e 50 km/h para 60 km/h (local). A exceção seria para a primeira faixa da pista local, que permanece em 50 km/h.

Doria afirma ter entregue estudos. "Os cicloativistas pensam que a gente está brincando. A gente não está brincando de fazer prefeitura. O estudo foi apresentado para a Promotoria", disse.

Questionado por uma jornalista se o estudo foi disponibilizado, o tucano afirmou que não tem obrigação de "ficar publicando tudo que os cicloativistas [cobram]". "Se você gosta dos cicloativistas, se incorpore a eles. Se você gosta da informação correta, veja o site, você vai encontrar a informação correta lá", disse Doria.

O prefeito afirmou que sua equipe recorreria da liminar nesta tarde. Anteriormente, já havia dito ter certeza de que a decisão seria revista.

Em sua decisão, o juiz Luis Manuel Fonseca Pires afirmou que aumentar os limites de velocidade poderia caracterizar "um retrocesso social". "Sem estudos prévios, alternativas concretas a manter os índices satisfatórios alcançados de drástica redução dos eventos de morte nas marginais, não há fundamento jurídico na eliminação de um programa que atinge os objetivos alhures anunciados", escreve o magistrado.

Segundo o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, do sistema Infosiga, ligado à gestão Geraldo Alckmin (PSDB) no governo estadual, foram 950 óbitos no trânsito da capital em 2016, representando uma queda de 15,1% em relação às 1.119 mortes registradas pelo sistema no ano anterior.