Desemprego leva brasileiro para o ‘bico’

Festa de Verão Apae, em São Vicente, dá oportunidade para pessoas que estão fora do mercado de trabalho

13 JAN 2017 • POR • 09h50
O desemprego já atingiu 12 milhões de brasileiros - Divulgação

O desemprego já atingiu 12 milhões de brasileiros. Para driblar a falta de postos de trabalho, muitos estão buscando na informalidade - os famosos ‘bicos’ - uma oportunidade de garantir renda. É o caso dos trabalhadores temporários contratados pela organização da Festa de Verão da Apae, realizada na Praia do Itararé, em São Vicente. O evento, que tem duração de 60 dias, conta com o apoio direto de aproximadamente 30 pessoas.

“Estou desempregado há seis meses. Mandei muitos currículos, mas até agora nada. Estou aproveitando essa oportunidade para ganhar um dinheiro, na esperança que em 2017 consiga um emprego fixo”, afirmou Leonardo Santos, de 31 anos, que tem dois filhos. O morador do Jardim Rádio Clube, em Santos, atua como fiscal de piso na Festa de Verão. Seu último registro em carteira foi como motorista de caminhão.

Na mesma situação está o vicentino Adilson Teixeira de Freitas Júnior, de 29 anos. Desempregado há um ano, ele conseguiu uma oportunidade no evento. “Era fiscal de loja. Faz um ano que fiquei desempregado e desde então tenho procurado emprego e nada. Fiz um bico na Festa do Morango (que ocorre no meio do ano), eles ficaram com o meu cadastro e me chamaram de novo”, afirmou.

A única renda fixa da casa de Júnior é da esposa, que trabalha em um supermercado. “Tenho uma filha de oito meses e estamos acabando de construir nossa casa. Não dá para pagar aluguel. Ela trabalha de dia e à noite também vem para cá trabalhar no parque. Não dá para ficar parado. Essa é uma boa oportunidade até conseguir um emprego formal”, destacou Júnior.

Fiscal

João Batista da Silva é encarregado dos funcionários que dão suporte à Festa de Verão da Apae. Ele disse que a entidade mantém o cadastro das pessoas que costumam colaborar nos eventos e que estas são chamadas quando surgem novas ­oportunidades.

“A Apae faz o cadastro de todos que trabalham e dão preferência para quem está desempregado. Temos equipe de faxineiros, da manutenção e os fiscais de piso, que são os que orientam o público e verificam as condições do chão que é de madeira”, afirmou Batista. A festividade emprega diretamente aproximadamente 30 pessoas. Nos estandes diversos e no Parque de Diversões outras dezenas também são contratadas ­temporariamente.

A Festa de Verão Apae segue até o próximo dia 5 de fevereiro. O evento, que conta com estandes de alimentos, roupas, doces e bebidas e parque de diversões, é aberto todos os dias das 17h à meia-noite. A entrada é gratuita.

Crise

A crise econômica que afeta o país ainda continuará influenciando contratação de mão de obra. A expectativa dos especialistas é que o mercado de trabalho tenha uma leve recuperação no segundo semestre. A previsão de crescimento do Brasil ainda é tímida e deve ficar entre 0,5% e 0,7%.