Turquia demite mais 15 mil servidores por ligação com tentativa de golpe

Os nomes das pessoas exoneradas foram publicados em Diário Oficial, o que impede que sejam reincorporadas no futuro

22 NOV 2016 • POR • 12h30

O governo da Turquia anunciou nesta terça-feira (22) a exoneração de 15 mil funcionários públicos e o fechamento de 375 de instituições e meios de comunicação, em uma nova leva de expurgos ligados à tentativa frustrada de golpe contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, em julho.

Dentre os funcionários demitidos, estão 2.000 membros das Forças Armadas, 7.600 policiais, 400 membros da Guarda Nacional e mais de 5.000 pessoas de instituições públicas, como médicos, enfermeiros e engenheiros.

Os nomes das pessoas exoneradas foram publicados em Diário Oficial, o que impede que sejam reincorporadas no futuro. Eles são suspeitos de ligação com organizações terroristas.

Por meio de decretos, também foram fechadas 375 organizações, 18 instituições de caridade e nove veículos de comunicação. O governo exige que instituições fechadas passem a ser controladas por órgãos públicos.

Os expurgos desta terça elevam para mais de 125 mil o número de funcionários públicos demitidos ou suspensos desde a tentativa de golpe militar de 15 de julho, que deixou 240 mortos. No período, foram presas cerca de 36 mil pessoas, que ainda aguardam julgamento, e foram fechados mais de 130 veículos de comunicação.

O governo de Erdogan usa atribuições de um estado de emergência instaurado após a tentativa de golpe para emitir decretos e contornar o Parlamento. O mandatário acusa o clérigo Fetullah Güllen de orquestrar o golpe -o dissidente, que está autoexilado nos EUA, nega.

Opositores acusam Erdogan de usar o estado de emergência para reprimir não apenas o movimento liderado por Güllen, mas todo tipo de dissenso na sociedade turca. No mês passado, foram presos os líderes da sigla opositora HDP, ligada à minoria étnica curda.