Aumento da demanda hospitais gera campanha de conscientização em Santos

UPA Central e Pronto Socorro da Zona Noroeste registram sobrecarga em atendimentos

28 OUT 2016 • POR • 10h30
O secretário de Saúde Marcos Calvo explica sobre o intuito da campanha em coletiva - Matheus Tagé/DL

O número crescente de atendimentos na unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central de Santos e no Pronto Socorro da Zona Noroeste tem preocupado a administração da cidade. 

Para tentar amenizar a situação, a Prefeitura de Santos dará início nos próximos dias a uma campanha para o uso racional das unidades de Pronto Atendimento, principalmente a UPA central e o Pronto Socorro da Zona Noroeste.

A medida, informada via coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem, pedirá à população que só procure os hospitais em casos graves. Segundo a secretaria, de 60% a 70% dos atendimentos realizados nos locais citados são classificados como azuis (ou seja, sem gravidade).

“Percebemos que há pacientes que procuram os serviços de urgência e emergência para atestado médico ou com queixas que podem ser resolvidas nas unidades básicas de saúde, inclusive com o devido acompanhamento, já que o atendimento no Pronto Socorro é pontual, voltado para resolver o problema naquele momento agudo”, explica o secretário de Saúde Marcos Calvo.

Uma das causas da sobrecarga é a demanda de pessoas vindas das cidades vizinhas, como São Vicente e Praia Grande, onde o sistema de saúde apresenta graves problemas e atualmente não supre as necessidades da população.

Campanha

Os hospitais receberão faixas e cartazes com orientações para o uso adequado das unidades. Também serão distribuídos folders informativos aos pacientes. Pessoas com suspeita de dengue, zika e febre chikungunya devem procurar a policlínica de referência da sua residência sem necessidade de agendamento prévio.

UPA Central

A unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central de Santos foi inaugurada em janeiro deste ano em substituição ao PS Central, cuja média de atendimentos diários era de 450 e, em dias de maior demanda, 500. Projetada para realizar até 600 atendimentos por dia, a UPA Central já registrou mais de 900 atendimentos em um único dia, o que gera sobrecarga e aumento no tempo de espera.

Já no Pronto Socorro da Zona Noroeste, a média de atendimentos diários passou de 550 para 650, com picos de até 700 atendimentos por dia.

Hospital dos Estivadores

Durante a coletiva, o secretário foi questionado sobre o previsão de reabertura do Hospital dos Estivadores e se o complexo poderia ajudar a desafogar o movimento nas outras unidades.   

Segundo ele, a Prefeitura de Santos foi notificada na última segunda-feira sobre a liminar concedida pelo juiz da 1ª Vara de Santos, José Vitor Teixeira de Freitas, onde suspende o contrato de gestão celebrado entre a Prefeitura de Santos e o Instituto Social Hospitalar Alemão Oswaldo Cruz.

A administração entrou com recurso na tarde de quarta-feira e a expectativa é de um parecer favorável nos próximos dias. Porém, devido a suspensão, o antigo prazo de abertura do complexo marcado para o dia 15 de novembro não será mais possível.

Para Marcos, o funcionamento do hospital trará ganhos a população tanto na opção de atendimento quanto nos serviços de maternidade, que já conta com setores implementados na primeira fase de atendimentos.