Apontada como pivô de homicídio de Dan Nunes é presa em São Vicente

Elyse Chiceri não compareceu ao julgamento no Fórum de Santos na última segunda-feira; juiz entendeu que no celular dela há provas de que ela participou do crime

26 OUT 2016 • POR • 12h03
Cantor foi morto em março de 2015 em frente a bar no Embaré - Reprodução Facebook

Por determinação da Vara do Júri de Santos, a Polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira (26), em São Vicente, Elyse Chicheri, apontada como pivô do homicídio do cantor Daniel Nunes Aquino, o Dan Nunes. Inicialmente, a polícia informou que a prisão tinha ocorrido em Praia Grande, mas o local da captura foi corrigido pela instituição. 

Elyse não compareceu ao julgamento de Thiago Batista de Barros, o Chupeta, seu ex-companheiro, na segunda-feira (24), e não foi localizada pela policia na data. Chupeta foi condenado a 18 anos de prisão.

Ao expedir o mandado de prisão, o juiz Edmundo Lellis Filho escreveu que Elyse está em posse de celular em que há provas da participação dela no crime. O aparelho foi apreendido pela equipe do delegado Luiz Ricardo Lara Dias Júnior e do investigador Paulo Carvalhal, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), na diligência no apartamento de Elyse, no Parque Prainha, em São Vicente. O aparelho já foi encaminhado ao Fórum de Santos. 

As revelações da mulher no caso, na avaliação do magistrado, "causaram séria perturbação, trazendo reforço à sensação pública de que se vive em uma sociedade 'impune' e, eticamente, apodrecida em seus valores morais como família, fidelidade, liberdade e responsabilidade".

O advogado Alex Sandro Ochsendorf, que defende Elyse e Chupeta, afirma que a prisão da cliente é "totalmente ilegal e até arbitrária, por mais que ela tenha tido uma conduta moralmente irregular". 

O defensor afirma que não existe nenhum tipo de prova, nenhum tipo de indicativo no processo que ela tenha dado respaldo à vontade de Chupeta em praticar o homicídio. "Não tem nenhuma demonstração de dolo". 

Elyse foi encaminhada para a cadeia feminina anexa ao 2º Distrito Policial (Cidade Náutica). 

Júri

Ochsendorf sustentou durante o julgamento que a mulher considerava pivô do assassinato era “provocativa”  com Chupeta e que para massagear o próprio ego o diminuía  e “contava que saía com uma ‘estrela local’ (Dan Nunes)".

Em plenário, no último dia 11, em sessão que posteriormente foi adiada por problemas em gravações, ela afirmou que “ficava” ora com Chupeta ora com o cantor entre outubro de 2014 e o dia do homicídio (30 de março de 2015).

“Thiago vinha experimentando dia após dia a desonra”, disse aos jurados Ochsendorf. Ele sustenta que Dan Nunes fez um gesto provocativo ao ver Chupeta no carro, segundos antes do homicídio.