Municípios garantem mamografias e Estado absorve a demanda

Tratamento do câncer é feito na Rede Hebe Camargo, mantida pelo Governo do Estado

11 OUT 2016 • POR • 10h00
Tempo médio de espera para a realização de mamografias nos municípios da Baixada Santista é de aproximadamente um mês - Agência Brasil

O acesso aos exames e vagas para o tratamento do câncer são as principais dificuldades relatadas por quem precisa descobrir e combater a doença. A cada dia que passa, a cura, possível por meio do diagnóstico precoce, fica distante para os pacientes que enfrentam problemas seja no Sistema Único de Saúde (SUS) ou na burocracia dos planos de saúde. O Diário do Litoral questionou as prefeituras da Baixada Santista sobre o tempo médio de espera para mulheres em processo de identificação e tratamento do câncer de mama nos municípios.

Em Cubatão, segundo a Secretaria de Saúde, a mamografia é realizada em mulheres a partir dos 45 anos, mas também é possível caso haja sintomas. O exame, após prescrito pelo médico da Unidade Básica de Saúde (UBS) é realizado em clínica conveniada com a Prefeitura, que estima em, no máximo, duas semanas o agendamento. O mesmo prazo serve para a ultrassonografia.

Segundo a Prefeitura de Santos não há demanda reprimida para a realização de mamografias e consultas com mastologista. O tempo médio de espera para o exame é de 10 dias durante o ano, mas se intensifica durante o período de campanha devido a maior procura pelo exame. Ele é solicitado pelo ginecologista durante consulta na policlínica, cujo prazo de agendamento não ultrapassa um mês, segundo a Administração Municipal. Caso o resultado seja positivo para câncer de mama, a mulher é encaminhada para tratamento. As cirurgias de mama são realizadas no Hospital Beneficência Portuguesa, assim como as sessões de quimioterapia e radioterapia que também podem ser realizadas na Santa Casa de Santos ou no Hospital Beneficência Portuguesa.

Em Bertioga a mamografia é indicada obrigatoriamente para mulheres a partir dos 40 anos, após consulta em uma das cinco Unidades Básicas de Saúde do município. O tempo médio de espera para a realização é em torno de 30 dias, mas casos urgentes são agendados em até uma semana. A cidade conta com um mastologista, que, em caso suspeito, faz uma pré-avaliação e a biópsia mamária. Confirmada a doença, o caso é encaminhado para a Central de Regulação do Município, que por sua vez encaminha para a Diretoria Regional de Saúde- 4 (DRS-4), que vai inserir a paciente na unidade de referência - Rede Hebe Camargo, em Santos, ou Hospital Santo Amaro, em Guarujá.

A Prefeitura de Mongaguá informou que mensalmente são disponibilizados 100 exames de mamografia na rede municipal. O agendamento é realizado nas unidades de saúde da cidade. A Administração Municipal disse que segue as recomendações do Ministério da Saúde com relação à faixa de idade prioritária para a realização de exames, mas, em casos de risco, como histórico familiar, o agendamento pode ser antecipado. Caso seja identificado o câncer de mama a paciente é encaminhada para a Rede Hebe Camargo, cuja gestão é do Governo do Estado.

Em Guarujá, as mulheres de 45 anos ou com algum histórico na família de câncer de mama são orientadas a realizar a mamografia. Segundo a Prefeitura, o tempo médio de espera é de 30 a 40 dias. A consulta com o ginecologista tem agendamento previsto em 15 dias. Quando diagnosticada com a doença, a paciente é encaminhada pelo mastologista para médico oncologista do Hospital Santo Amaro ou Guilherme Álvaro.

Segundo a Prefeitura de Itanhaém as mulheres com idade entre 50 e 69 anos são encaminhadas para a mamografia, que deve ser agendada no mês de aniversário, sem necessidade de prévio encaminhamento médico. Já as mulheres que não estão nesta faixa etária continuam a receber o atendimento com o encaminhamento estabelecido em protocolo de rotina. Detectada alguma alteração, a mulher é encaminhada para consulta com o médico ginecologista em um centro especializado. O tempo médio de espera para a consulta é de um mês.

Em Praia Grande, o tempo médio entre a consulta e o agendamento do exame é de um mês. Em caso de necessidade, após o exame, a mulher é encaminhada para outros setores e tratamento na rede estadual de saúde.

Já a Prefeitura de São Vicente informou que os exames são agendados nas unidades de saúde e tem espera de aproximadamente 15 dias. Ainda de acordo com a Administração Municipal, quando há alterações o paciente é encaminhado para o mastologista, onde a espera também é em torno de 15 dias.

Desde 2013, Rede Hebe Camargo é referência

O tratamento do câncer, a partir de 2013, foi intensificado com o lançamento da Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer. O programa é mantido pelo Governo do Estado e tem por objetivo ampliar as unidades que oferecem e garantir o acesso rápido e de qualidade aos pacientes.

Atualmente, a rede Hebe Camargo conta com 76 serviços localizados em 40 municípios do Estado. A Central de Regulação Oncológica realiza o monitoramento e o gerenciamento dos serviços do programa, encaminhando os pacientes para atendimento nas unidades de referência mais próximas de suas residências, o que é feito de acordo com a complexidade e necessidade dos casos.

Na Baixada Santista, os hospitais que compõem a rede de oncologia da região são o Guilherme Álvaro, o Beneficência Portuguesa, o Santo Amaro, a Santa Casa de Santos e o Hospital Regional de Pariquera-Açu. Somente em 2015, foram atendidos 15.085 pacientes da região para tratamento contra o câncer no Hospital Guilherme Álvaro.