Síria diz que trégua ainda é viável após semana de ataques aéreos

O porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, disse que o cessar-fogo é ineficaz, mas que Moscou não está perdendo a esperança de uma solução política para a crise do país

26 SET 2016 • POR • 20h00

O ministro de Relações Exteriores, Walid al-Moallem, da Síria disse nesta segunda-feira que um acordo de cessar-fogo internacionalmente mediado ainda é viável, enquanto as equipes de resgate na cidade mais atingida de Alepo vasculham os escombros após os ataques aéreos mais pesados em áreas de rebeldes em mais de cinco anos de guerra. 


Falando à TV Mayadeen de Nova York, Al-Moallem também disse que o governo está preparado para participar de um governo de unidade incorporando elementos da oposição, uma oferta que foi rejeitada no passado.

Ativistas da oposição disseram que mais de 200 civis foram mortos na semana passada, após um forte bombardeio que levou o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU), Staffan de Mistura, caracterizá-lo como um dos piores desde o início da guerra, há cinco anos e meio. O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência, mas não tomou qualquer ação por causa da profunda divisão entre a Rússia e as potências ocidentais, principalmente os EUA.

"O que a Rússia está patrocinando e fazendo não é contra o terrorismo, é uma barbárie", disse a embaixadora dos EUA, Samantha Power. "É apocalíptico o que está sendo feito em Alepo", acrescentou. 

Al-Moallem acusou os EUA, o Reino Unido e a França de convocar uma reunião do Conselho de Segurança no dia anterior, a fim de apoiar "terroristas" dentro da Síria. Mas ele disse que as comunicações em curso entre o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o chanceler russo, Sergey Lavrov, significou que um acordo de trégua há duas semanas "não está morto". O acordo terminou há uma semana.

O porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, disse que o cessar-fogo é ineficaz, mas que Moscou não está perdendo a esperança de uma solução política para a crise do país.