Moradores da Ponta da Praia pretendem entrar na Justiça

Com prejuízos causados pela invasão do mar, residentes estudam medidas para dar início a ação civil contra Prefeitura de Santos

24 AGO 2016 • POR • 10h00
Prejuízos contabilizados nos prédios abrangem elevadores, perda de veículos, vidros e portões, além de garagens inundadas - Matheus Tagé/DL

Em meio à avaliação dos danos causados pela forte ressaca que atingiu a Ponta da Praia no último domingo (21), moradores de um dos prédios atingidos no bairro pretendem iniciar uma ação civil pública contra a Prefeitura de Santos. O objetivo do coletivo é ser indenizado pelos prejuízos causados pela intempérie.

Residentes do bairro ainda estão contabilizando os transtornos, que abrangem perdas parciais e totais de veículos, danos em fiações elétricas e elevadores, além de garagens ainda com a presença de água do mar.

“Estamos em contato com advogados para saber como proceder e vamos fazer reuniões nesta semana com os moradores para definir nossos próximos passos. A prioridade tem sido contabilizar e reparar os prejuízos”, disse a síndica de um dos edifícios afetados, Lúcia Maria ­Queiroz.

A administradora residencial afirmou ainda que os moradores sabem que a região é frequentemente afetada por ressacas, mas que não foram recebidos alertas que notificassem a gravidade do evento deste domingo. “Pode parecer que nós não damos atenção ao problema, mas tínhamos até uma placa na garagem que avisava o risco de inundações – ela foi levada na corrente. Acreditamos que a Defesa Civil poderia ter sido mais presente antes do ocorrido”, declarou.

Entre as afetadas está a advogada Sueli Correa de Almeida, que afirma não ter conseguido dormir por conta de preocupação desde a ressaca. “Nunca havia visto algo assim nestas proporções, o susto foi geral. Muitas pessoas perderam seus bens”, relata a moradora.

Pós-ressaca. As ruas da Ponta da Praia, que foram interditadas no domingo, foram liberadas no final da tarde de segunda-feira. Com parte dos destroços e pedras removidos, equipes de limpeza da Prefeitura ainda finalizavam os trabalhos no trecho nesta terça-feira.

Ocorreram tentativas para a retirada da embarcação Gênesis, que se chocou e destruiu um trecho das muretas e calçada durante a ressaca. Porém, os trabalhos não foram bem-sucedidos.

Resposta

Em nota, a Prefeitura de Santos informou que os boletins meteorológicos que a Defesa Civil tinha acesso previam ressaca branda, inferior à última, do dia 27 de abril. Essa possibilidade foi divulgada pelos meios de comunicação e, tão logo se intensificou o fenômeno, a CET interditou a região. De acordo com a Administração, o incidente agravou-se, surpreendendo a todos.

Em relação às medidas tomadas após a ressaca, a Prefeitura declarou que 20 toneladas de pedras que estavam nas avenidas Bartolomeu de Gusmão e Saldanha da Gama  foram retiradas. Segundo a Secretaria de Serviços Públicos, foram removidos também 45 m³ de areia e 15 m³ de mureta.

Com a destruição da infraestrutura, piso e corrimão do Deck do Pescador, será elaborado um novo projeto para o equipamento turístico. Outra informação é a de que 12 pilares de muretas que foram refeitos por causa da tempestade de abril suportaram a força do mar e não foram abalados, mas cerca de 60m de mureta precisam ser reconstruídas, ainda sem um prazo estabelecido.