Prefeitura de Santos e moradores avaliam prejuízos da ressaca

Manhã seguinte à inundação foi de limpeza das vias públicas e verificação dos transtornos na orla

22 AGO 2016 • POR • 21h01
A embarcação Gênesis, que atraiu olhares no dia seguinte à ressaca, destruiu muretas e calçada - Rodrigo Montaldi/DL

A manhã seguinte à ressaca de grandes proporções que acometeu a Ponta da Praia no último domingo (21), em Santos, foi de retomada de rotina, recuperação de danos e avaliação dos estragos. Com a interdição do trecho da orla entre os canais 6 e 7, equipes da Prefeitura trabalharam na desobstrução de galerias para drenagem da água, na limpeza das pistas, na retirada das pedras que foram movidas durante a ressaca e na avaliação dos equipamentos ­públicos.

No total, 500 trabalhadores foram designados para a prestação dos serviços, de acordo com o chefe da Defesa Civil de Santos, Daniel Onias. 

O prefeito Paulo Alexandre Barbosa esteve presente no local para acompanhar os trabalhos de limpeza. Ele ressaltou que a Administração vai contar com o apoio do Governo do Estado e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para trabalhar em um novo projeto com objetivo de avaliar os danos. 

“A ressaca comprometeu a infraestrutura do Deck do Pescador, construída há 15 anos. Com um estudo dos impactos sofridos, vamos trabalhar na atualização do equipamento. Queremos garantir a segurança do local para devolvê-lo aos cidadãos”, pontuou. 

Um dos pontos mais afetados pela alta da maré, o Deck do Pescador havia sido reaberto ao público na semana passada, como foi registrado em reportagem do Diário do Litoral há uma semana. Hoje, porém, o cenário era diferente, com parte da estrutura danificada.

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Prejuízos

Entre os estragos provocados pela ressaca e os fortes ventos, a destruição causada pela embarcação Gênesis - que ainda se encontrava no local - atraía olhares curiosos dos pedestres que percorriam o trecho na Ponta da Praia. O barco, que estava ancorado perto da Ponte Edgard Perdigão, se desprendeu e atingiu a mureta e o calçadão. Os clubes localizados na orla também contabilizaram prejuízos com o avanço da água do mar. 

O engenheiro agrônomo Luis Claudio Negrini esteve no grupo de voluntários que trabalhou no resgate de pessoas ilhadas durante a ressaca no domingo. “Também retiramos algumas canoas que ficam pela orla. Foi um trabalho árduo fugir da quebra das ondas e carregar essas estruturas para longe da praia”, conta. 

Os moradores do bairro contabilizavam os danos: perdas parciais e totais de veículos, garagens inundadas, prejuízo nas instalações elétricas dos edifícios e queda de placas dominavam as ocorrências. O treinador Rogério Silva Júnior conta que a família passou por momentos de ­desespero durante a ressaca. “­Quando vimos que o nível da água alcançou o depósito que temos aqui no prédio, minha esposa começou a chorar. Vamos esperar para avaliar o que perdemos, mas é uma tragédia anunciada. Não dá para lutar contra o mar”, ­lamenta. 

Já a aposentada Maria Cristina Peres Costa destacou que o agravamento do problema pode afetar a valorização dos imóveis do bairro. “Só com a perda do meu carro, meu prejuízo chegou a R$ 50 mil. Moro há 19 anos na Ponta da Praia e nunca vi algo nesta proporção. Tenho quatro apartamentos aqui, é muito dinheiro investido. Espero que providências urgentes sejam tomadas”, enfatiza.