Simulação de morte de menino de 10 anos vira ato de apoio a policiais

Parte dos trabalhos foi acompanhada por um grupo com cerca de 30 moradores da região que aplaudiam os policiais. "Polícia, polícia", gritavam de tempo em tempo

20 JUN 2016 • POR • 04h30

A simulação da abordagem policial que terminou na morte de um menino de 10 anos, no início do mês, na região do Morumbi (zona oeste), foi transformada em ato de apoio aos PMs envolvidos no episódio.

Realizada na noite deste domingo (19) pelas polícias Civil e Científica, a simulação busca analisar as versões apresentadas pelos envolvidos, em especial a dos policiais que realizaram os disparos contra a criança, que estava ao volante do carro furtado.

Parte dos trabalhos foi acompanhada por um grupo com cerca de 30 moradores da região que aplaudiam os policiais. "Polícia, polícia", gritavam de tempo em tempo.

"Eles são os nossos heróis. Nosso bairro não é fácil, e eles fazem um trabalho excepcional" diz Valeria Inati, moradora. "A polícia se uniu a nós e nós a eles" disse.

"O que aconteceu foi uma infelicidade. Os policiais não tiveram culpa. Não foi uma execução", diz Camila Barreto.

Um laudo sobre os trabalhos de hoje deve ser anexado ao inquérito com as conclusões dos peritos.

Os policiais militares afirmam que só atiraram em revide aos tiros que vinham de um dos ocupantes do carro, que, naquele momento, desconheciam se tratar de uma criança de 10 anos.
Testemunhas dizem que ouviram disparos também do carro dos meninos.

Um menino de 11 anos, que estava com Italo dentro do carro, deu versões diferentes sobre o ocorrido. Nas duas primeiras vezes que foi ouvido, disse que o colega estava armado e tinha efetuado três disparos contra a polícia.

Depois, mudou a versão. Passou a dizer que nenhum dos dois estava armado e que a polícia plantou a arma para justificar os disparos. Ninguém da polícia se manifestou neste domingo.