Dólar sobe a R$ 3,49 e Bolsa recua com exterior negativo e incerteza política

O pessimismo dá o tom dos mercados nesta quinta-feira (16), com os temores de desaceleração global e e de que a maioria dos britânicos vote pela saída do Reino Unido na União Europeia

16 JUN 2016 • POR • 22h00
As Bolsas mundiais e as commodities recuam, e o dólar avança frente à maior parte das moedas - Divulgação

O pessimismo dá o tom dos mercados nesta quinta-feira (16), com os temores de desaceleração global e e de que a maioria dos britânicos vote pela saída do Reino Unido na União Europeia. As Bolsas mundiais e as commodities recuam, e o dólar avança frente à maior parte das moedas.

No cenário doméstico, as incertezas políticas contribuem para a volatilidade nos negócios. O Ibovespa cai, e o dólar avança para a casa dos R$ 3,49. Os juros futuros e o CDS (credit default swap) brasileiro, indicador de percepção de risco, sobem.

Na manhã desta quinta (16), o presidente interino Michel Temer fez um pronunciamento para se defender de acusação do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado. Em delação premiada, Machado afirmou que Temer teria negociado o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo em 2012, pelo PMDB .

"No instante em que estamos fazendo um esforço extraordinário, surge um fato leviano como esse para embaraçar o ambiente político", disse o presidente interino.

Para analistas, o surgimento do nome de Temer na delação premiada de Machado preocupa os investidores, mas não deve afetar a governabilidade. "O que veio à tona até o momento não é suficiente para inviabilizar o governo Temer", avalia Ignacio Crespo Rey, economista da Guide Investimentos.

A moeda americana à vista subia há pouco 1,08%, a R$ 3,4938, e o dólar comercial ganhava 0,74%, a R$ 3,4940.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 avançava de 13,745% para 13,775%; o contrato de DI para janeiro de 2021 subia de 12,670% para 12,750%.

O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, ganhava 1,13%, aos 358,855 pontos.

BOLSA

O principal índice da Bolsa paulista perdia há pouco 0,51%, aos 48.665,27 pontos.

As ações da Petrobras recuavam 1,17%, a R$ 8,41 (PN) e 1,03%, a R$ 10,53 (ON). Os papéis da Vale caíam 1,64%, a R$ 11,99 (PNA) e 0,60%, a R$ 14,91 (ON).

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subia 0,21%; Bradesco PN, -0,45%; Banco do Brasil ON, -1,73%; Santander unit, -0,46%; e BM&FBovespa ON, -0,86%.

EXTERIOR

Mais uma pesquisa apontando que a maioria dos britânicos quer deixar a União Europeia aumentou a tensão nos mercados. Segundo o instituto Ipsos Mori, 53% dos eleitores querem deixar o bloco, contra 47% que querem permanecer.

Além disso, o Banco da Inglaterra, que manteve as taxas de juros nesta quinta-feira, alertou que o chamado "brexit" pode afetar a economia do país e desvalorizar profundamente a libra. O referendo será realizado no próximo dia 23.

Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 caía 0,73%; o Dow Jones, -0,59%; e o Nasdaq, -0,91%.
Na Europa, a Bolsa de Londres perdia 0,50%; Paris, -0,74%; Frankfurt, -0,81%; Madri, -0,82%; e Milão, -1,55%.

Na Ásia, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio perdeu 3,05%, após o banco central japonês não ter anunciados novos estímulos econômicos, mesmo com a inflação e o crescimento mundial fracos.

Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 0,7%.