Lixo e entulho dominam as principais vias de São Vicente

Funcionários da Codesavi entraram em greve na última quarta-feira contra atraso nos salários

15 JUN 2016 • POR • 09h30
Na esquina da Rua Sinhá Junqueira com a Avenida Antônio Emmerich, no bairro da Vila São Jorge, o acúmulo de lixo e entulha ocupa a calçada de quase todo o quarteirão - Matheus Tagé/DL

A situação é recorrente: desde novembro passado, as constante greves dos empregados da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi) deixam as ruas da cidade repletas de lixo. Quem precisa conviver com a situação são os munícipes e comerciantes, que se ‘acostumaram’ com o cenário recorrente e buscam por conta própria mudar a situação.

“É muito triste ver a cidade desse jeito. Mas também preciso apoiar a greve dos funcionários da Codesavi, afinal ninguém merece trabalhar sem receber. O pior é que sou diretamente impactado pela situação, pois a praia onde trabalho está repleta de lixo e também não estou conseguindo vender, pois muita gente está desempregada e não está comprando”, afirma o ambulante Matheus Cutes da Silva.

Pelas ruas da cidade, a Reportagem flagrou inúmeros exemplos de descarte irregular de lixo, além do acúmulo de entulho em pontos específicos, como na areia da praia do Gonzaguinha e na praça da Biquinha, onde os pombos têm dominado o espaço com a constante poluição.

A situação está ainda mais crítica nos bairros. Na esquina da Rua Sinhá Junqueira com a Avenida Antônio Emmerich, na Vila São Jorge, o acúmulo de lixo ocupa a calçada de quase um quarteirão.

Os funcionários da Codesavi entraram em greve na última quarta-feira (8) contra os salários atrasados de maio. O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial de Santos e região (Sintracomos) afirma ainda que o vale-transporte foi pago com atraso e a cesta-básica está atrasada, além do plano de saúde ter sido suspenso ontem.

“Desde novembro, estamos parando todos os meses por motivos variados. Dessa vez, o movimento acontece por conta do pagamento, da cesta básica e do plano de saúde que foi bloqueado hoje. Tentamos conversar, mas só ouvimos promessas”, destacou Paula da Silva.

Dos 1.250 trabalhadores da Codesavi, ao menos 700 responsáveis pela limpeza urbana (varrição das ruas) e pela manutenção estão paralisados em virtude da greve.

A empresa de economia mista, controlada pela Prefeitura, prometeu em meados de maio, durante audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), que não mais atrasaria os pagamentos de seus empregados.

Como o acordo prevê multa de 25% do valor de cada salário ou benefício atrasado, o presidente do sindicato, Macaé Marcos Braz de Oliveira orientou o jurídico da entidade a cobrar a multa em processo na Justiça do Trabalho de São Vicente.