Dólar cai e Bolsa sobe com exterior; mercados aguardam discurso de Yellen

Os mercados globais continuam a repercutir os dados fracos do mercado de trabalho americano de maio

6 JUN 2016 • POR • 16h00
Dólar cai e Bolsa sobe com exterior; mercados aguardam discurso de Yellen - Divulgação

Os mercados globais continuam a repercutir os dados fracos do mercado de trabalho americano de maio, que reduziram as apostas de uma alta próxima dos juros nos EUA. O dólar cai ante o real e o Ibovespa sobe nesta segunda-feira (6), impulsionados pelo avanço das commodities no mercado internacional.

A presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Janet Yellen, faz dois discursos nesta tarde. Os investidores aguardam que Yellen dê novas sinalizações para o rumo dos juros americanos. A próxima reunião de política monetária do Fed será na semana que vem.

"O foco se dirige para a fala dos diretores do Fed, começando por Yellen nesta segunda (6), para detectar se haverá alguma alteração no discurso que, ultimamente, vinha sinalizando para a elevação dos juros no curto prazo", comentam analistas da Lerosa Investimentos.

No campo doméstico, prevalece a cautela em relação ao cenário político, especialmente com as delações premiadas da Operação Lava Jato. Além disso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo) atuou para obter recursos desviados da Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS.

CÂMBIO E JUROS

O dólar à vista perdia há pouco 0,64%, a R$ 3,5105, e o dólar comercial recuava 0,48%, a R$ 3,5100. A moeda americana se desvaloriza globalmente, com perspectivas de manutenção dos juros nos EUA na reunião do Fed neste mês.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subia de 12,565% a 13,585%; o contrato de DI para janeiro de 2021 avançava de 12,400% para 12,400%.

O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, caía 1,04%, aos 337,850 pontos.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anuncia nesta quarta-feira (8) o novo patamar da taxa básica de juros, a Selic. A expectativa unânime de analistas é de manutenção da taxa em 14,25% ao ano.

A pesquisa semanal Focus, realizada pelo BC junto ao mercado financeiro, apontou elevação nas expectativas de inflação neste ano, o que torna menos provável uma queda rápida da Selic.

BOLSA

O Ibovespa chegou a cair mais cedo, mas subia há pouco 0,49%, aos 50.867,37 pontos. Beneficiadas pela alta do petróleo, as ações da Petrobras tinham ganho de 0,70% (PN) e 1,11% (ON). Os papéis da Vale, impulsionados pelo avanço do minério na China, subiam 1,34% (PNA) e 1,53% (ON).

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdia 0,20%; Bradesco PN, -0,04%; Banco do Brasil ON, +0,05%; Santander unit, +1,09%; e BM&FBovespa ON, +0,06%.

As ações ordinárias da Ser Educacional, que não fazem parte do Ibovespa, ganhavam 4,56%, após a companhia propor a compra da Estácio Participações. A Kroton já havia manifestado a intenção de adquirir a Estácio. Kroton ON perdia há pouco 0,54% e Estácio ON, +7,27%.

EXTERIOR

a alta das commodities e a expectativa de manutenção dos juros americanos desvalorizam o dólar e impulsionam os mercados de ações internacionais.

Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 subia 0,40%; o Dow Jones, +0,57% e o Nasdaq, +0,42%.
A maioria das Bolsas na Europa também operava no campo positivo. Na Ásia, preocupações com a economia local fizeram os índices acionários chineses recuarem. No Japão, a bolsa de Tóquio também caiu.