Roubos e furtos crescem e homicídios voltam a cair em São Paulo

Dados foram divulgados nesta quarta-feira (25) pela Secretaria da Segurança Pública

25 MAI 2016 • POR • 19h14
Foi a primeira apresentação de dados estatísticos feita por Barbosa Filho - Divulgação/SSP

Dados divulgados nesta quarta-feira (25) pela Secretaria da Segurança Pública apontam que os homicídios caíram no Estado, na capital e na Grande São Paulo. A exceção foi o interior. Ao mesmo tempo, o número de roubos e de furtos cresceu no Estado. Os roubos subiram 5,78% em abril e 4,55% de janeiro a abril. Os furtos aumentaram 1,61%¨em abril, e 4,28% entre janeiro e abril, com 169.641 casos.

No Estado de São Paulo, os homicídios caíram 8,82% em abril, na comparação com o mesmo período do ano anterior - de 34 para 31 vítimas. A considerar o quadrimestre de janeiro a abril, o número de vítimas caiu 9,17% de 120 para 109. Já na cidade de São Paulo o número de homicídios caiu 5,15%, de 97 para 92. De janeiro a abril, houve recuo de 21,41% - de 411 para 323.

Na Grande São Paulo, também houve queda em abril (26,67%, de 90 para 66 casos). No interior as mortes aumentaram 15,38% em abril e caíram 2,5% no quadrimestre.

Foi a primeira apresentação de dados estatísticos feita por Barbosa Filho, que assumiu neste mês o lugar de Alexandre de Moraes, de quem era secretário-adjunto da Segurança.

Moraes deixou o governo para assumir o Ministério da Justiça na gestão Michel Temer (PMDB).

Neste mês, não houve fatiamento da divulgação desses dados. Secretário desde janeiro de 2015, Moraes adotou a divulgação parcial dos dados, priorizando a divulgação de dados positivos. O secretário, na ocasião, negou a estratégia.

O ex-secretário só deixou de fazer a reunião com jornalistas para apresentar os dados no mês passado, às vésperas de ser anunciado como ministro.

Menores

O secretário da Segurança também comentou sobre a falta de vagas em unidades da Fundação Casa que, mostrada em reportagem da Folha nesta quarta (25), tem levado a soltura de adolescentes infratores, especialmente na Grande São Paulo.

Desde o início do ano, 269 menores foram liberadores em seis regiões da Grande SP. Desses, 107 ocorrem em maio - período em que ocorreu uma greve dos funcionários da Fundação Casa.

Sigilo

As estatísticas mensais do governo de São Paulo não passam por auditoria externa. Os números são baseados em registro policiais mantidos sob sigilo pela gestão Alckmin.

Para checar os dados, a Folha de S.Paulo solicitou acesso a registros policiais de homicídios, os chamados boletins de ocorrência, mas todos os pedidos foram negados pelo governo estadual.

O jornal recorreu à Justiça e, no mês passado, teve decisões favoráveis em primeira e segunda.

Quando isso aconteceu, a gestão Alckmin decidiu abrir em seu site parte dos dados solicitados. Ao mesmo tempo, entregou os dados à Folha.

A reportagem ainda analisa os documentos, mas já encontrou uma série de imprecisões que estão sendo levadas ao governo estadual.

Na avaliação de especialistas em segurança pública, a tendência de queda dos homicídios em São Paulo parece clara, mas, pela falta de transparência da gestão, não é possível saber o tamanho exato da redução.