Renan chama delação de Delcídio de 'delírio' e rebate nova investigação

O inquérito pede a investigação contra integrantes da cúpula do PMDB para apurar o suposto pagamento de propina na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará

20 MAI 2016 • POR • 21h00
Na nota, assinada pela assessoria de imprensa de Renan, ele volta a classificar a delação de Delcídio como um "delírio" - Agência Brasil

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reagiu nesta sexta-feira (20) ao novo pedido de abertura de inquérito contra ele feito nesta quinta (19) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot ao STF (Supremo Tribunal Federal). Em nota, ele afirmou que as acusações são feitas por "ouvir dizer" e por "interpretações subjetivas".

O inquérito pede a investigação contra integrantes da cúpula do PMDB para apurar o suposto pagamento de propina na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

A linha de investigação tem como base delações premiadas, como a do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e de Luiz Carlos Martins, ligado a construtora Camargo Correa.

Na nota, assinada pela assessoria de imprensa de Renan, ele volta a classificar a delação de Delcídio como um "delírio" e diz que o ex-senador o envolveu por ele "fazer parte do time do Sarney". O peemedebista afirma ainda que "sempre esteve e continua à disposição para quaisquer esclarecimentos".

Além de Renan, são alvo da procuradoria: o ministro Romero Jucá (Planejamento), e os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Jader Barbalho (PMDB-PA). Todos negam envolvimento no caso.
Janot solicitou que eles passem a figurar como investigados em inquérito no Supremo que já apura a suposta participação do senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, com o esquema na usina.

Aos investigadores, Delcídio afirmou que ex-ministros operaram um esquema de desvio de dinheiro das obras da usina de Belo Monte. Os recursos teriam ido para campanhas do PT e do PMDB.

Delcídio afirmou que os ex-ministros Erenice Guerra e Silas Rondeau, do governo Lula, e Antônio Palocci, dos governos Lula e Dilma, movimentaram cerca de R$ 25 bilhões e desviaram pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas do PT e do PMDB em 2010 e 2014.

O ex-senador disse que o "time" formado pelos senadores Renan Calheiros, Edison Lobão, Jader Barbalho, Romero Jucá e Valdir Raupp, exerceu um arco de influência amplo no governo, como no Ministério de Minas e Energia, Eletrosul, Eletronorte, diretorias de abastecimento e internacional da Petrobras, além das usinas de Jirau e Belo Monte.

Leia a íntegra da nota:

"Todas as imputações envolvendo o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) são por ouvir dizer ou fruto de interpretações subjetivas. O delírio do ex-senador Delcídio do Amaral, por exemplo, é por 'fazer parte do time do Sarney'.

O senador Renan Calheiros reitera que sempre esteve e continua à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Assessoria de Imprensa

Presidência do Senado Federal"