Convênio é criado para desenvolver estudos na Baixada Santista

Observatório Litoral Sustentável e UniSantos querem criar projetos para avaliar, monitorar e propor soluções a demandas comuns de políticas públicas na região

11 FEV 2016 • POR • 19h02
O reitor da UniSantos, Marcos Medina Leite, e o coordenador geral do Pólis, Nelson Saule Júnior - Divulgação

A Baixada Santista acaba de receber um convênio inédito que tem como propósito desenvolver estudos na área de políticas públicas para auxiliar no desenvolvimento da região. O Observatório Litoral Sustentável, por meio do Instituto Pólis (Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais) e a UniSantos (Universidade Católica de Santos) assinaram na última quarta-feira (03/02) o Acordo de Cooperação Técnica e Científica.
 
Durante dois anos, de 2012 a 2013, o Instituto Pólis realizou o diagnóstico, com participação das comunidades, das principais demandas dos 13 municípios do Litoral Norte e Baixada Santista, de Peruíbe a Ubatuba. O levantamento avaliou questões ambientais, urbanas, desenvolvimento econômico, formas de gestão, infraestrutura, habitação, saneamento, mobilidade, educação, saúde etc.
 
A segunda parte do projeto foi estabelecer agendas para atender as principais demandas e promover o desenvolvimento local. Desde 2015, o Observatório Litoral Sustentável vem debatendo com a comunidade formas de implantar essas agendas, em reuniões abertas que continuarão também em 2016.
 
O reitor da UniSantos, Marcos Medina Leite, e o coordenador geral do Pólis, Nelson Saule Júnior - Foto Divulgação
 
Segundo o coordenador geral do Instituto Pólis, Nelson Saule Júnior, a ideia do Acordo de Cooperação Técnica e Científica é desenvolver estudos para aprofundar os temas que já foram elaborados nos diagnósticos e nas agendas. "Nosso trabalho propõe estabelecer relações com diferentes segmentos da sociedade, com grupos comunitários, gestores públicos no âmbito federal, estadual, municipal e também com o setor acadêmico. Como a Unisantos é muito ligada ao urbanismo, queremos dar ênfase aos estudos voltados para o planejamento territorial urbano, regional e local.  
 
Para o reitor da UniSantos, professor Marcos Medina Leite, só é possível construir um cenário melhor quando se tem a capacidade de dialogar: "Juntos seremos capazes de construir soluções que até então não foram obtidas. Uma das grandes dificuldade é conseguir mobilizar os muitos atores que estão envolvidos nas questões das cidades".
 
No campo da pesquisa, o Acordo de Cooperação Técnica cria oportunidades de aliar teoria e prática. "Para fazer sentido, a pesquisa numa universidade deve se reverter em conteúdos a serem discutidos e sistematizados em sala de aula. Essa aproximação muito nos agrega, porque aumenta ainda mais a competência de um time disposto a transformar a realidade do ambiente em que se vive", avalia Leite.

Acompanhando há alguns anos o trabalho do Instituto Pólis, a arquiteta, professora e dra. em Ciências Sociais, Mônica Viana, foi responsável pela construção da ponte entre as instituições. "A ideia é ter uma massa mais crítica sobre a região e criar uma produção de conhecimento nas áreas de pesquisa, ensino e extensão, inclusive com trabalhos mais próximos às comunidades. Focaremos em habitação social, política habitacional e mercado imobiliário, além da relação porto-cidade e petróleo e gás.
 
Adriana Florentino de Souza, diretora do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (IPECI) da universidade, acrescenta que uma parceria desse porte aumenta as chances de obter investimentos: "Nossa próxima etapa é pensar num plano de trabalho em conjunto baseado nos temas já existentes e buscar apoio".
 
Atualmente, a UniSantos possui 35 grupos de pesquisa cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). São estudos nas áreas de ciências biológicas, exatas, humanas e ciências sociais aplicadas, em programas voltados para Ensino Médio, Graduação e Pós-Graduação.