SP registra taxa anual de homicídio de 8,73 por 100 mil, a menor desde 1996

Apesar dos números positivos anualmente, a Baixada Santista teve um dezembro difícil. Leia amanhã no DL

26 JAN 2016 • POR • 14h02
As estatísticas oficiais são referentes ao mês de dezembro passado - Divulgação

Pela primeira vez desde os anos 1990, São Paulo fechou o ano com uma taxa de homicídio doloso (quando há a intenção de matar) abaixo da linha de dez mortes para um grupo de 100 mil habitantes e, assim, considerada pelo governo paulista fora da zona epidêmica.

As estatísticas oficiais referentes ao mês de dezembro passado foram divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública nesta terça-feira (26).

Por esses números, o Estado fecha os 12 meses de 2015 com uma taxa de 8,73 por 100 mil -a menor desde 1996, desde quando estão disponíveis os dados no site da secretaria. O melhor resultado anterior tinha sido em 2014 quando essa taxa foi de 10,06. De acordo com a secretaria, houve 3.757 casos de homicídio em 2015 ante 4.293 em 2014.

Taxa de homicídio - Por 100 mil habitantes

São Paulo já chegou a registrar em 1999 - época de muitas mortes atribuídas ao tráfico de drogas- uma taxa de 35,27 mortes a cada grupo de 100 mil moradores.

No Brasil, segundo levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a taxa de homicídio no país era de 26,3 vítimas para um grupo de 100 mil pessoas, em 2014. A maior taxa do país era de Alagoas com 61,9 assassinatos por esse grupo.

A capital paulista, que já tinha fechado 2014 com um 1.131 casos de homicídio, fechou o ano passado com 991 casos, isto é, uma taxa de 8,56 por 100 mil. Na Grande São Paulo, o resultado foi de 1.064 casos ante 898 no ano passado.

A reportagem utiliza a mesma metodologia empregada pelo governo paulista que calcula a taxa pelo número de casos e não por número de vítimas, como preconiza os organismos internacionais.

Um boletim de ocorrência pode ter mais de uma vítima. Em uma chacina de oito mortes, como ocorreu no ano passado em Osasco (Grande SP), por exemplo, o Estado de São Paulo considera com se fosse apenas um homicídio.

O governo também exclui outras mortas intencionais como latrocínio (roubo seguido de morte) e mortos em intervenção policial.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) afirma que nunca utilizou essa classificação de zona epidêmica.

"Nunca dissemos isso e não sei quem disse isso. Absolutamente não. Nem usamos mais o termo epidemia na OMS", disse Alexander Butchart, coordenador de Prevenção à Violência da OMS.