Crescem rumores sobre possível confissão de Bruno

Assistente de acusação disse que teve uma rápida conversa com o advogado de Bruno e durantes esta conversa a possibilidade de confissão teria sido tratada

5 MAR 2013 • POR • 12h12

Crescem, nos bastidores do Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os rumores sobre uma possível confissão do ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza, que está sendo julgado desde a segunda-feira (4) acusado de mandar matar, em junho de 2010, a modelo Eliza Samudio, sua ex-amante e com quem teve um filho. A expectativa é de que o ex-goleiro seja interrogado ainda nesta terça-feira.

O assistente de acusação Cidney Karpinski disse que, na segunda-feira, teve uma rápida conversa com o advogado de Bruno, Lúcio Adolfo. Durante a conversa, contou Karpinski, a possibilidade de confissão teria sido tratada. "Está tudo encaminhando para a confissão. Mas para que ele (Bruno) seja beneficiado com a redução da pena, ele precisa dar detalhes do crime. Não adianta dizer que somente mandou dar um susto na Eliza. Precisa confessar que eles vieram para Minas para executá-la", afirmou Karpinski nesta terça-feira no momento em que se preparava para entrar no Fórum de Contagem, para o segundo dia do julgamento.

O advogado do ex-goleiro, no entanto, negou que tenha procurado os representantes da acusação e que Bruno vá confessar sua participação no crime. Já outro advogado que defende o ex-goleiro, Tiago Lenoir, foi mais taxativo e disse que Bruno não vai confessar porque não participou do crime. "O que nós temos é que Bruno chamou Eliza para fazer um acordo. A relação dos dois nunca foi uma relação de morte, horror", disse Lenoir.

Questionado sobre as entrevistas dadas por Bruno à época do desaparecimento de Eliza, nas quais ele negou saber do paradeiro dela, Lenoir disse que "as máscaras do Bruno já caíram". "Ele vai poder explanar agora o que ele sabe, o que teria acontecido. A acusação não conseguiu fechar a história, portanto ele não pode ser condenado porque é inocente".

Ministério Público

O promotor promotor Henry Wagner Vasconcelos, responsável pela acusação, negou a intenção do Ministério Público Estadual (MPE) de fazer uma negociação com o réu, mas salientou que uma confissão de Bruno implicaria em uma redução de pena "pelos próprios dispositivos legais" vigentes. A mãe de Eliza Samudio, Sônia Fátima de Moura, disse, ao chegar para o segundo dia do julgamento, que não acredita na confissão de Bruno e voltou a pedir a condenação dele. "Eu quero a condenação total".

Já a atual mulher do ex-goleiro, Ingrid Oliveira, disse, nesta terça-feira, que o jogador vai dizer "a verdade" sobre o desaparecimento de Eliza. Ingrid, contudo, não foi específica sobre essa "verdade". Completou dizendo que Bruno teria ficado "muito decepcionado" com a versão dada por seu ex-braço direito, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, que, em julgamento em novembro de 2012, admitiu que Eliza foi assassinada e acusou o jogador de ser o mandante do crime.