CEV discute modelo de gestão de creches em São Vicente

Presidentes de algumas associações relataram as dificuldades que vêm enfrentando devido ao atraso no repasse dos convênios e, inclusive, de alimentação escolar

20 NOV 2015 • POR • 10h21

A gestão das creches de São Vicente tem preocupado funcionários e presidentes de entidades que trabalham no atual modelo, onde as unidades são gerenciadas em parceria com o terceiro setor. Ontem, presidentes de algumas associações participaram de reunião da Comissão Especial de Vereadores (CEV) instalada na Câmara Municipal para tratar de problemas relativos à Educação na Cidade. Eles relataram as dificuldades que vêm enfrentando devido ao atraso no repasse dos convênios e, inclusive, de alimentação escolar.

“Tem repasse que não é feito desde o ano passado. É sempre pingado. Paga dois, deve três. As creches continuam abertas porque os pais ajudam e os funcionários estão trabalhando mesmo sem receber. E também tem essa pressão da questão do fechamento”, disse um dos representantes das entidades.

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Outra representante de entidade, que não quis se identificar, disse que além do atraso nos repasses, a merenda também não está sendo enviada corretamente. “Há quatro semanas estamos sem receber carne e comida. Os pais são muito conscientes e a gente também faz um trabalho bom, por isso as consequências não são piores. Mas está difícil”.

Representando a secretária de Assuntos Jurídicos, Sinval Moraes, chefe de gabinete da pasta, disse que ainda não há nada de concreto sobre as alterações no modelo de gestão das creches. “O prefeito ainda está estudando. Você tem várias vertentes e ele está estudando várias possibilidades. Existe a possibilidade de ter uma organização social para fazer uma gestão de todas, como existe a lei que prevê uma nova formatação onde as entidades terão que se adequar. O prefeito ainda está avaliando todas as possibilidades para ver o que vai decidir”. 

O presidente da CEV, vereador Junior Bozzella (PSDB), disse que o objetivo da reunião é ter conhecimento sobre o que está sendo feito em relação ao assunto. “A gente acompanhou através da imprensa alguns posicionamentos oficiais por parte do senhor prefeito com relação à contratação uma Organização Social operar as entidades no Município, e isso gera uma preocupação por parte não só dos presidentes das entidades, mas dos funcionários que nelas prestam o seu serviço. A gente quer saber se isso realmente vai acontecer e se é legal”.

Segundo o parlamentar, a Secretaria de Educação não foi representada no encontro, pois o secretário que atuava na pasta deixou o cargo e uma nova pessoa vai assumir. “Na verdade está havendo uma troca na Secretaria de Educação hoje. É o quarto secretário que assume no período de um ano, e o quinto desde o início da gestão”, criticou.

Mudanças

No final de agosto, em entrevista ao Diário do Litoral, o prefeito de São Vicente, Luis Cláudio Bili (PP) afirmou que a partir do próximo ano as creches não serão mais gerenciadas por entidades. Segundo ele, o modelo ainda estaria em estudo e deveria ser apresentado nos próximos 90 dias – ou seja até o final deste mês. A medida também envolveria os convênios com as Associações de Pais e Mestres (APMs) e os realizados para a manutenção dos Centros de Convivência e Formação (Cecofs).

“É um modelo falido. Iniciaremos 2016 com um novo modelo e isso tem incomodado muita gente. É um modelo que faliu e explodiu. Temos que tomar uma atitude”, disse o prefeito na oportunidade. A tendência é que as creches, Cecofs e APMs sejam geridas por uma única Organização Social (OS).