Ministro não descarta surto de microcefalia em outros Estados

Considerada até então uma doença rara, a microcefalia aumentou de forma nunca vista na história recente. O País contabiliza 399 casos, a maioria identificada nos últimos três meses

18 NOV 2015 • POR • 19h29

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, classificou como "gravíssimo" o aumento de casos de microcefalia no Nordeste e não descartou a possibilidade de que o problema se alastre para outros Estados e para outros países, caso de fato seja comprovado que o problema está relacionado à transmissão vertical do zika vírus.

Considerada até então uma doença rara, a microcefalia aumentou de forma nunca vista na história recente. O País contabiliza 399 casos, a maioria identificada nos últimos três meses. Somente em Pernambuco, foram notificados 268 bebês com a má-formação, um indicador 29 vezes maior do que a média anual registrada no período entre 2010 e 2014, de 9 casos.

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Além de Pernambuco, casos foram identificados em Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Ceará e Bahia.

Não há ainda como afirmar a causa do problema, mas a maior suspeita é a de que o súbito aumento tenha sido provocado pela infecção por zika vírus da mãe para o bebê, no período da gestação. Isso porque cerca de 80% das gestantes apresentaram nos primeiros meses febre, coceiras e manchas pelo corpo. Essa possibilidade foi reforçada nesta terça-feira, 17, com a divulgação de um teste feito no líquido amniótico de dois fetos, na Paraíba.

O resultado, antecipado pelo jornal O Estado de S.Paulo, identificou a presença do zika vírus.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, classificou como

O ministro argumentou que, como não há literatura sobre o assunto, é preciso ter cautela para afirmar de forma categórica que o aumento de casos é fruto da infecção pelo zika, um vírus que chegou ao País neste ano, provocou epidemia no Nordeste e já está presente em 14 Estados, incluindo Rio de Janeiro e São Paulo.

Em visita ao Brasil, a diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou que a entidade está acompanhando de perto a investigação que está em curso no País.

"Apesar de o achado de ontem ser de grande importância, é preciso continuar o trabalho. A ligação entre a microcefalia e o zika ainda não está determinada" disse, referindo-se aos testes de cordão umbilical. A diretora considerou incomum o aumento de casos da doença no País e avaliou que o Brasil está tomando todas as ações necessárias.

Questionado sobre os cuidados que devem ser adotados para gravidez em razão do aumento de casos de microcefalia no País, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, sentenciou: "Sexo é para amadores, gravidez é para profissionais".

O ministro ressaltou a necessidade de o casal discutir com o médico a conveniência de uma gestação no momento em que se investiga a possibilidade de o zika vírus provocar no feto a má-formação. Se a decisão for engravidar, disse, o ideal é que todos os cuidados sejam adotados, tanto antes quanto durante o período da gestação.