Reunião no MPT termina sem novidades para os trabalhadores da Usiminas

Empresa apresenta plano de suspensão de produção de aço em Cubatão; prefeita e sindicatos ficam insatisfeitos

18 NOV 2015 • POR • 11h35

A prefeita de Cubatão, Marcia Rosa, e sindicalistas que representam os interesses dos trabalhadores da Usiminas, saíram insatisfeitos da reunião realizada ontem, no Ministério Público do Trabalho, em Santos. No encontro, solicitado pela OAB-subseção de Santos, representantes da Usiminas apresentaram o plano de suspensão da produção de aço em Cubatão, que acarretará na demissão de 4 mil trabalhadores diretos.     

Segundo a chefe do Executivo cubatense, os advogados e o gerente de recursos humanos da usina não trouxeram fatos novos à reunião, alegando que a crise econômica e a falta de competitividade da indústria nacional frente às siderúrgicas chinesas são as responsáveis pela decisão e que não haverá encerramento da planta cubatense, mas “suspensão das atividades nos setores primários”. “A Usiminas falou tecnicamente o que todos já sabemos. O que os trabalhadores e nós do governo temos salientado é que não há diálogo. Como lidar com a medida, se eu não tenho nem o cronograma de demissões? Fico sabendo dos cortes pela imprensa e pelos sindicatos. A empresa não nos informa nada”, afirma Marcia Rosa.

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Para Marcia Rosa, a siderúrgica precisa estar ciente do impacto econômico e social da decisão de suspender a produção, que terá reflexos em toda a região. “Cubatão é um polo petroquímico, onde uma empresa depende da outra. Somente este ano, 100 empresas terceirizadas prestaram serviço pra Usiminas. Por isso, o impacto da medida é desesperador. Considero impossível [a Usiminas] continuar com esse processo, não voltar atrás. Porque estaremos inviabilizando uma região com 2 milhões de habitantes”, alerta.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista, Florêncio Resende de Sá, também saiu insatisfeito da reunião. Ele anunciou que a mobilização dos trabalhadores contra as demissões e a interrupção da usina continuará nos próximos dias. “A Usiminas se furta à discussão, mas nós continuaremos lutando contra essas medidas, entrando com ações no Ministério Público, Ministério do Trabalho e até na Organização Internacional do Trabalho, se preciso”.

Participaram ainda do encontro representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação da Baixada Santista (Sindilimpeza) e a vice-presidente da OAB Santos, Maria Lúcia de Almeida Robalo.

Nota da Usiminas

Em nota, a Usiminas explica o que foi apresentado durante a reunião. “A Usiminas aceitou o convite do MPT e apresentou ao promotor as razões técnicas e econômicas que justificam a desativação temporária das áreas primárias da Usina de Cubatão”.