Pacientes esperam 5 horas por atendimento no Crei

A falta de um médico no plantão causou transtornos aos pacientes

2 MAR 2013 • POR • 22h03

Quem precisou de pronto atendimento no Centro de Referência em Emergência e Internação de São Vicente (Crei), durante todo o dia de ontem, teve que esperar cerca de cinco horas na fila. A falta de um médico no plantão causou transtornos aos pacientes.

No pronto-socorro (PS) nem a dona de casa, Luzia Januária do Nascimento, de 74 anos, teve preferência. Ela sofre de reumatismo e foi ao PS com dores no corpo. “Cheguei aqui às 11 horas e só agora fui atendida (15h30). Não adianta chamar que ninguém atende”.

A garçonete, Daniela Rodrigues, que chegou ao Crei, às 9h30, sentindo fraqueza e precisando tomar soro, não havia sido atendida até as 15h30. Como precisava ir para o trabalho, Daniela desistiu de esperar pela consulta.

Com o pé torcido, a costureira, Aurineide Alves esperou cinco horas para ser atendida. “Estou aqui desde às 10 horas. Quando cheguei já não tinha trauma (traumatologista). Fiquei sabendo que ele só chegou às 2 horas (14 horas) e fui atendida só agora, às 4 horas (16 horas). Estou sem comer nada e com princípio de pneumonia”.

A dona de casa, Lourdes Luiza Oliveira da Silva, chegou ao Crei acompanhada da filha Magda de Oliveira. Ela sofreu uma queda e se queixava de fortes dores no ombro. “É uma falta de humanidade da Prefeitura, um descaso com a população. Chegou um preso aqui e ele foi atendido na hora, mas a infeliz aqui (dona Lourdes) fica sofrendo. Minha filha deixou os quatro filhos em casa para me trazer aqui e fica assim”, declarou indignada.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a demora no atendimento ocorreu devido a ausência de um médico traumatologista, que faltou. Como existe um déficit de médicos na rede municipal de saúde, não foi possível deslocar um profissional de outra unidade para cobrir a vaga.

Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da Saúde, o Crei tem capacidade para 400 atendimentos diários e recebe, em média, mil pessoas. Na segunda-feira, esse número sobre para cerca de 1.400. No corpo clínico do Crei, atendem dois médicos de manhã, dois à tarde e dois à noite, sendo um trauma e um clínico em cada plantão.       
 
A espera tornou-se ainda mais penosa para os enfermos que se queixaram do calor e da falta de bebedouros na sala de espera. Outras pessoas aguardavam sentadas no chão, porque os assentos não eram suficientes para todos.

A Secretaria de Saúde informou que os três bebedouros que haviam na sala de espera foram retirados para manutenção e o único aparelho de ar condicionado estava quebrado.