Postura correta ajuda a prevenir a escoliose

Neurocirurgião especialista em coluna alerta para maus hábitos que podem contribuir ou agravar o problema

24 JUL 2015 • POR • 16h40

A escoliose é considerada um desvio anormal da coluna vertebral (para o lado esquerdo ou direito do corpo) e pode ter diversas causas: congênita, neuromuscular ou idiopática (sem causa definida). No entanto, independente da origem, maus hábitos de postura podem favorecer ou agravar o problema.

Como explica Dr. Alexandre Elias, neurocirurgião especialista em coluna pela Unifesp, o sedentarismo em geral; as muitas horas em frente à televisão, computador ou videogames; a sobrecarga da coluna com excesso de peso, como mochilas escolares, malas ou carregando caixas; o uso excessivo de salto alto e a realização de atividades físicas sem os cuidados de postura são alguns dos fatores que contribuem para causar ou intensificar dor na coluna lombar que pode agravar sintomas da escoliose, principalmente em paciente acima de 18 anos.

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Em casos congênitos, ocorre de o paciente nascer com uma vértebra mal formada – parcialmente inclinada, em casos cuja etiologia é neuromuscular relacionado à doença do sistema nervoso, que acarreta fraqueza na musculatura da coluna vertebral.

Embora, na maioria dos casos não gere desconforto ou dor, podendo ser controlada com a reeducação postural e uso de coletes, a doença pode se apresentar de forma mais grave, necessitando inclusive de cirurgia. “Os casos em que o grau da curva é acima de 40 graus, há grande probabilidade de progressão, principalmente em pacientes que ainda irão crescer. Outro fator importante, principalmente para pacientes do sexo feminino, é o aspecto estético, pois a inclinação pode ser muito visível acarretando interferências estéticas e emocionais ao adolescente”.

Pacientes adultos jovens, que já tinham a escoliose desde a adolescência, podem cursar com quadro de dor na coluna leve ou mesmo muito intensa, neste caso, as vezes precisando de cirurgia.

Dr. Alexandre conta que existem vários tipos de cirurgias, que são indicadas de acordo com a idade do paciente. “A mais comum é a artrodese, com as vértebras sendo fusionadas com o uso de parafusos para reduzir o desvio e o obter o melhor alinhamento possível da coluna. Pode ser necessária antes ou depois do término da fase de crescimento”.

O neurocirurgião orienta que o diagnóstico da escoliose é inicialmente clínico, em que o médico pede para o paciente inclinar o corpo para frente até que o tórax esteja paralelo ao chão, e assim visualiza as diferenças laterais. Outras alterações vistas no exame é a assimetria dos ombros e a distância do braço para o corpo e/ou dos quadris. Após o diagnóstico clínico, é pedido um exame de imagem, para confirmação do grau do desvio.

Em casos não congênitos, a doença pode ser contida e/ou prevenida com o fortalecimento muscular e a atividade física. Mas, o médico adverte que estas atividades não são suficientes frente a continuidade dos hábitos ruins, que devem ser corrigidos. “Em todos os casos, mesmo com curvaturas menores, é preciso sempre monitorar a evolução da doença”.