Fotógrafo vítima de assalto em abril reconhece menor suspeito de matar médico

Ele afirmou ter desconfiado a partir das imagens do menor divulgadas na imprensa, mesmo com o rosto escondido

22 MAI 2015 • POR • 19h42

Um fotógrafo de 53 anos, morador de Botafogo, compareceu à Delegacia de Homicídios e reconheceu o menor que, de acordo com a Polícia Civil, participou da morte do médico Jaime Gold, de 56 anos, na última terça-feira, 19, como um dos assaltantes que levaram sua bicicleta em um ataque em 30 abril.

O fotógrafo afirmou ter desconfiado a partir das imagens do menor divulgadas na imprensa, mesmo com o rosto escondido. "Eu percebi pela forma de andar", disse. Segundo ele, a ação foi semelhante à que sofreu quando pedalava no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio, naquela data: o adolescente e um outro rapaz andavam em uma só bicicleta, emparelharam com a bicicleta da vítima, um modelo comprado por R$ 1,3 mil em outubro do ano passado, e pediram que ele parasse.

Leia Também

PF desarticula esquema suspeito de fraudar Fisco em R$ 900 milhões

Homem é achado morto, com marcas de agressão, em prédio na Avenida Paulista

Em conversa com agressor vítima de estupro diz se sentir 'lixo'

PF prende 15 pessoas por roubo de cargas na região de Campinas

Dois estudantes confessam ter estuprado menina em colégio; terceiro fugiu

"Eles emparelharam a bicicleta por trás e falaram 'para, para'", relatou. Para fugir dos assaltantes, a vítima saiu da ciclovia, foi para uma pista do Aterro do Flamengo e acabou atropelada por um ônibus. Os dois meninos, então, aproveitaram que o fotógrafo estava desorientado e levaram sua bicicleta. Pelo menos um deles estava armado com uma faca de cozinha, e acabou ferindo o homem em um dos dedos da mão direita.

Atendido no Hospital São Lucas, em Copacabana, na zona sul, o fotógrafo sofreu duas fraturas no rosto, embaixo do olho direito o que deixou uma cicatriz. Com medo e sem poder fazer movimentos bruscos por causa do ferimento, o fotógrafo só voltou a caminhar pelo Aterro nos últimos dias. "Ele ficou muito abalado, não está normal até hoje. Também não sabe como vai ficar o rosto, se vai fazer plástica", afirmou a mulher do fotógrafo, uma empresária de 57 anos. Ele prestou depoimento na Delegacia de Homicídios.

Bicicletas

A recuperação de 16 bicicletas por agentes da Delegacia de Homicídios em duas operações na quinta-feira, 21, sendo uma delas a que apreendeu o adolescente, gerou uma peregrinação de vítimas deste tipo de roubo à DH. Segundo policiais, ao menos 10 pessoas procuraram a unidade, presencialmente ou por telefone, depois da divulgação das imagens das bicicletas apreendidas.

Segundo investigadores, as comunidades de Manguinhos, onde o menor de idade morava, e Jacarezinho, ambas na zona norte, funcionam como um centro de receptação de bicicletas roubadas. Os modelos esportivos mais modernos e os importados são os procurados pelos assaltantes.

O suspeito de 16 anos contou informalmente a policiais que costumava roubar cinco bicicletas por mês. O jovem praticava os roubos em Ipanema, Leblon e Lagoa, bairros nobres da zona sul do Rio, de acordo com a Polícia Civil.