Novos remédios para Hepatite C estarão disponíveis a partir de agosto em Santos

Tratamento para a doença em Santos terá novos medicamentos com 90% chance de cura. A meta mundial é eliminar o vírus até 2030 por conta dessa descoberta da ciência

20 MAI 2015 • POR • 10h40

Novos medicamentos para tratamento da hepatite C, que aumentarão em mais de 90% a chance de cura, devem estar disponíveis na rede municipal de saúde a partir de agosto. A boa notícia aos portadores da doença foi o tema central do ciclo de palestras realizado pela Secretaria de Saúde (SMS) e pelo Grupo Esperança ontem, Dia Municipal de Luta contra a Hepatite C, no Sindipetro (Vila Mathias).

Integrando os preparativos para o Julho Amarelo, mês de prevenção e combate à doença, o evento teve a participação de gestores da saúde, demais profissionais da área, estudantes, pacientes e público em geral.

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De acordo com o médico infectologista Marcos Caseiro, da SMS, são três remédios - Sofosbuvir, Simeprevir e Daclatasvir - todos importados dos Estados Unidos, aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e incorporados nas medicações gratuitas fornecidas em todo País pelo Ministério da Saúde. Sem efeitos colaterais, terão média de três a seis meses de tratamento. “Vivemos uma revolução no tratamento da hepatite C. Trata-se de um divisor de águas e queremos esses remédios o mais rápido possível na Cidade”.

Presidente do Grupo Esperança, Jeová Pessin Fragoso, ressaltou a luta para erradicar a doença. “A meta mundial é eliminar o vírus até 2030 por conta dessa descoberta da ciência. Essas novas medicações resgatarão pacientes que não conseguiram sucesso nos tratamentos anteriores”, disse, reassaltando que a entidade esteve neste mês na Suécia para discutir o assunto junto à Organização Mundial de Saúde.

Esperança renovada

Segundo a SMS, em Santos, estima-se que mais de 12,5 mil pessoas têm a doença, o que corresponde a 3% da população infectada, sendo a faixa etária de maior prevalência entre 40 e 60 anos. “A hepatite C é um problema mundial. São 170 milhões pessoas infectadas no mundo. Depois do HIV é a que mais mata”, disse o infecctologista Caseiro, destacando que os médicos devem solicitar o exame na rotina para pacientes a partir dos 30 anos, possibilitando a detecção precoce.

A Prefeitura mantém um ambulatório de referência para o atendimento em hepatites e outras doenças infectocontagiosas, com equipe multidisciplinar - o Serviço de Atenção Especializada (SAE), na Rua Silva Jardim, 94. Os exames também podem ser feitos nas unidades básicas e de saúde da família dos bairros. O trabalho da rede foi explanado pela enfermeira Mônica Maestre.